Amamentação: importante já na 1ª hora de vida do bebê

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Entidades e profissionais de saúde intensificaram nos últimos dias a campanha "Agosto Dourado", que reforça a importância da amamentação para as mães e bebês. Mais do que um direito, estamos falando de um procedimento importante já na primeira hora de vida do recém-nascido e da mãe.

Estudos mostram que a sucção da criança ajuda nas contrações uterinas, diminuindo o risco de a mãe ter hemorragia nessa hora inicial – chamada pelos profissionais de "o quarto período do parto". O primeiro aleitamento também cria condições para fortalecimento do vínculo afetivo da mãe com o filho.

A primeira sucção requer que os corpos da mãe e bebê estejam bem posicionados. A criança tem que estar apoiada no corpo da mãe, com a cabeça virada para o peito e os braços livres. A posição correta vai facilitar também a "descida" do leite.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) avalia que a amamentação é primordial durante os 2 primeiros anos de vida da criança. Ainda segundo a OMS, não há um prazo para o fim da amamentação.

Por todos os benefícios que o aleitamento gera, o "Agosto Dourado" tem como principal objetivo sensibilizar a sociedade para que o procedimento seja reconhecido como fundamental para o desenvolvimento infantil.  O mercado está cheio de propagandas de marcas e fórmulas que buscam substituir a amamentação.

Porém, só o leite materno traz imunidade que será importante ao longo da vida. É rico em anticorpos, protegendo a criança de doenças como diarreia, infecção respiratória e alergia. Também diminui os riscos de hipertensão, diabetes e colesterol alto na vida adulta.

O desafio é maior diante da vida corrida dos dias atuais. Pela lei, as mães que trabalham, tanto as que concebem o bebê como as adotivas, têm direito a dois períodos para que possam amamentar seu filho durante a jornada diária. Cada período terá meia hora de duração, segundo o artigo 396 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

As mães devem evitar o uso de mamadeira, colher ou copo durante o aleitamento. A comodidade gerada pela prática é ilusória. Nessas condições, o bebê também tende a não "pegar" mais o peito.

Durante o trabalho, se necessário, as mães podem esvaziar as mamas por meio da ordenha. O leite retirado deve ser guardado em geladeira e levado para casa, sendo oferecido para a criança no mesmo dia ou no dia seguinte, caso esteja congelado.

Até os 6 meses de idade, o bebê não precisa de nenhum outro alimento (suco, água, chá ou outro leite). Em caso de dúvida, um profissional da saúde auxilia as mães.

O aleitamento materno, sendo prazeroso, estabelece um contato olho no olho entre mãe e criança. É um momento de fortalecimento da relação afetiva, trazendo mais confiança para a mãe e proteção para criança.

Tudo isso será fundamental naquele momento e para o resto da vida.

 

 

 Renata Zaccaria é médica e coordenadora do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Medical, da Hapvida NotreDame Intermédica em Limeira,  professora com mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da Unicamp.

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