Supermercados registram queda de 10% no faturamento

Agência Brasil

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Inflação e crise hídrica pressionam o varejo, segundo Índice de Vendas dos Supermercados (IVS) apurado pela Apas

O faturamento dos supermercados paulistas apresentou queda de 10,2% no acumulado de janeiro a junho deste ano. Os dados são do Índice de Vendas dos Supermercados (IV), divulgados pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), que correspondem ao mês de junho de 2021.

Para o economista Diego Pereira, do Departamento de Economia e Pesquisa da Apas, o resultado é influenciado pelas fortes distorções de demanda ocasionadas pelo início do isolamento social, ainda no ano passado, que levou o consumidor a fazer compras mais volumosas a fim de estocar os itens em casa. “Outro forte indicativo desse movimento de estocagem pode ser observado no período entre junho de 2020 e junho 2021, quando houve queda real de 9,94% nas vendas”, pontua.

O faturamento real dos supermercados paulistas no acumulado deste ano registra queda de 2,84%, com base no IPCA/FIPE, em relação ao mesmo período de 2020. A queda é ainda mais acentuada na comparação entre os meses de junho de 2020 e junho de 2021, 5,33%.

O economista diz que os números refletem também a redução do poder de compra do consumidor em razão da subida da inflação, além do aumento dos custos fixos do comércio. “Os recentes reajustes provocados pela escassez hídrica, que resultaram no acionamento da bandeira vermelha, estão pesando no bolso do varejista”, afirma.

AUMENTO

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que monitora o reajuste nos preços para as famílias com renda entre um e 40 salários mínimos, subiu 0,96% em julho, o maior resultado para o mês desde 2002, quando a alta foi de 1,19%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As famílias já vêm sentindo o aumento dos preços. Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostrou que o custo da cesta com 35 produtos aumentou 22,1% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, estando atualmente estimada em R$ 662,12. Estão incluídos nessa lista alimentos, cerveja e produtos de higiene.

O aumento dos preços tem levado muitos consumidores a buscar alternativas mais baratas dos produtos de preferência. “O consumidor acaba optando por outras marcas para poder exatamente olhar o seu bolso”, disse o vice-presidente Administrativo e Institucional da Abras, Marcio Milan.

Há ainda a possibilidade de substituir um produto por outro mais barato. É o caso de famílias que passam, por exemplo, a consumir menos carne bovina e optam pelo frango, carne suína ou ovos. (Com Agência Brasil)

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