Por uma cultura de paz e menos violência
Por uma cultura de paz e menos violência
Queridos e
amados leitores,
Na última
quinta-feira, dia 30 de janeiro, foi comemorado o Dia Mundial da não violência
e cultura de paz. A data existe em homenagem a Mahatma Gandi, pacifista indiano
que pregava a paz e teve sua vida tirada pelos que o odiavam, bem como para
lembrar sobre a importância de educar as crianças e jovens para a paz. Vivemos
num mundo plural, com diversidade nas formas de olhar, sentir e interpretar as
coisas. Por isso, é preciso ensinar desde cedo a bem conviver. Só assim,
teremos um lugar melhor para todos!
Muitas pessoas
pensam em construir um mundo melhor para seus filhos, almejam um trabalho que
sempre ofereçam uma boa educação, cursos de inglês, espanhol, robótica e outros
saberes para que no futuro tenham boas oportunidades na vida. Mas será que
estamos deixando bons filhos para o mundo? Filhos que seguem os preceitos
morais, de ética, de generosidade. Que sejam íntegros, contra a corrupção e se
preocupem com a natureza a ponto de irem à praia, à praça, andar nas ruas e não
jogar lixo no chão?
As férias acabaram.
Para muitos foi momento de descanso. Me refiro aos professores, mas também aos
alunos. Os professores precisam descansar, entretanto as crianças e jovens também
necessitam de pausa para fixar melhor o que aprenderam, terem momentos lúdicos
e para serem crianças. Porque viver por um momento apenas o que a gente gosta
de fazer, pode ser um direcionador de escolhas futuras.
Tenho
conversado com muitas amigas e o relato delas é que não veem o momento em que
as escolas se abram outra vez, para que tenham tempo para si mesmas. Parece-me
algo justo, já que ser mãe é uma tarefa linda, mas também árdua. O que muitos
professores gostariam que os pais soubessem é: a escola é parceira na educação
dos seus filhos. Se tem algo que deixa um professor feliz, é ver os alunos alçando
voos altos, se desenvolvendo e tendo sucesso na vida. Professores também ficam tristes
quando os relatos são ruins, que foram para caminhos errados ou estão sofrendo
as consequências das más escolhas.
Na próxima
semana, muitos voltarão para o convívio escolar, os pais estão preparando os
materiais, os uniformes, e em nome de todos os professores da cidade, eu
gostaria de lembrá-los da importância de preparar as crianças e jovens para ir
para a escola. Sabe aquele exercício que muitos fazem de conversar com as
crianças antes de ir à igreja ou com o adolescente antes de viajar com os
amigos para lembrá-los de ter bons modos? Assim como há a preocupação material,
se faz necessário levar boas atitudes, respeito aos colegas e gentileza com
todos.
Ensinar os
filhos para uma convivência sadia é o primeiro passo para tornar o mundo um
lugar melhor. As crianças são peritas em ouvir os adultos, em compreender o que
é dito e principalmente em colocar em prática o que lhes é ensinado. Muitos
estudantes passam por experiências negativas no ambiente escolar como o Bullying,
cyberbullying, e outros tipos de ridicularização, com ofensas porque uns se
incomodam com o jeito de vestir, agir, de ser e nem tudo chega aos ouvidos dos
professores. Manter uma constância de diálogo desde a infância com os filhos,
principalmente quando há mudanças de comportamento, pode salvar de tristezas,
depressão, e mesmo da morte.
Muitas crianças
e jovens até relatam em casa o que estão vivenciando. Mas alguns pais e mães,
com receio de que sejam perseguidos se forem à escola, se calam. Como eu disse,
os professores não sabem de tudo, quando se trata de criança é mais fácil, com
os adolescentes, é impossível. Então a recomendação é que procurem a escola
para conversar. É sempre possível encontrar um caminho para resolver os
problemas se houver diálogo.
É preciso
ensinar o respeito mútuo. Ser respeitado e respeitar! Muitos professores de
escolas particulares relatam que são obrigados a irem nas reuniões aos sábados,
porque os responsáveis estão tão ocupados que não comparecem nas reuniões em
dias da semana, pais evidenciam que pagam a escola o tempo todo e os filhos
repetem as falas e atitudes. Os professores, são convocados para atender um e
outro no momento do seu descanso, mesmo infelizes, vão para não perder o
emprego. Muitos pais e mães de escolas públicas, não comparecem, mesmo com as
escolas dando oportunidade de reagendar o atendimento. Se tudo na vida de um
pai e mãe é pensado no bem-estar dos filhos, comparecer às reuniões deveria
fazer parte desta priori e não há justificativa no trabalho que impeça de se
ausentar duas ou três vezes ao ano. Há lei que garante este direito ao
trabalhador!
Nem todos
utilizam uniformes escolares, a lei não permite a obrigatoriedade pois nem todos
podem comprar, aos que podem, penso que deveria ser a primeira regra a ser
ensinada para uma criança, afinal a escola é retrato da vida, e não poderão ir
para o trabalho no futuro de qualquer jeito além de facilitar. Pensar na
responsabilidade do que deve vestir, cuidar dos materiais, coloca diante de
habilidades a serem desenvolvidas como o zelo e compromisso consigo mesma. Quem
não tem condições, podem recorrer às escolas que sempre ganham de ex-estudantes
e fazem doações, é só conversar. Outras orientações como tomar banho antes da
aula, cortar as unhas, trocar as meias, arrumar os cabelos, olhar cadernos de
recado e as mochilas diariamente, ensina este conceito de compromisso.
Finalizo
dizendo que é preciso educar as crianças e jovens, a viver e defender a não
violência, respeitar os amigos que são e agem de forma diferente, que ninguém
precisa gostar um do outro, mas podem gostar se agirem sempre com respeito. Por
fim, relembro que a vida é uma eterna semeadura... O que é semeado, é colhido
em algum momento. Que possamos semear a paz para colher uma sociedade com menos
violência.
Comentários
Compartilhe esta notícia
Faça login para participar dos comentários
Fazer Login