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Limeira contra o Alzheimer

Queridos leitores, dia 21 de setembro é marcado mundialmente pela conscientização sobre a Doença de Alzheimer. É uma data que nos convida a refletir sobre uma das maiores preocupações envolvendo a saúde pública no futuro bem próximo.

Falar sobre o Alzheimer é falar sobre vidas, famílias e sobre a necessidade de preparar a sociedade para um desafio crescente. Em Limeira, segundo dados do IBGE, temos hoje 54.602 mil idosos acima de 60 anos, sendo quase 7 mil idosos acima de 80 anos. Isso nos coloca diante de uma realidade: a cada dois idosos com mais de 85 anos, um pode desenvolver demência. Esses números não são frios e alarmes e nos chamam à responsabilidade.

Como médico e vereador, dedico grande parte do meu trabalho a essa causa. Já tive a oportunidade de criar políticas públicas pioneiras, como a Lei do Alzheimer e a Lei da Pulseira do Alzheimer, que estabelece uma identificação para pacientes com a doença. É uma medida relativamente simples, mas que salva vidas e dá segurança às famílias. No entanto, o desafio continua. A Doença de Alzheimer não tem cura. Por isso, precisamos avançar em políticas de prevenção, acolhimento e cuidado.

Conscientizar é a chave. E isso passa pela informação. Tenho buscado levar palestras para escolas, faculdades e grupos da terceira idade porque acredito que, quanto mais a sociedade conhecer a doença, mais preparada estará para enfrentá-la com dignidade e humanidade.

O Dia Mundial do Alzheimer não é apenas uma data no calendário. É um chamado à reflexão e à ação. Precisamos olhar para o futuro entendendo que o Alzheimer já faz parte do presente. E a melhor resposta que podemos dar é unir forças: famílias, profissionais de saúde, comunidade e poder público.

Limeira já deu passos importantes, mas devemos ir além. Com base na Lei do Alzheimer, estou em tratativas com o Executivo para a criação do Centro de Atenção e Prevenção à Doença de Alzheimer (CAPAZ). Vislumbro um espaço onde aplicaremos testes cognitivos para identificar, por exemplo, sinais precoces da doença e encaminhar o paciente para os tratamentos de maneira mais célere e assertiva, com uso de medicamentos, atendimentos integrados, terapias multidisciplinares e suporte às famílias, controlando inclusive a progressão da demência. Esses mesmos testes podem, também, ajudar a diferenciar os sintomas. Muitas vezes um idoso tem outras condições que interferem na sua cognição e não necessariamente a Doença de Alzheimer. 

Outro avanço que podemos destacar no entorno dessa data é a prevenção. Neste quesito, trabalho pelo fortalecimento dos mais de 30 grupos de terceira idade e também pela volta de um espaço que oferecerá, entre vários benefícios e atividades, a oportunidade de práticas esportivas e muita socialização: o Centro do Idoso. Lutei pela reabertura do local, acompanhei o início dos trabalhos e recentemente, como vereador, fiscalizei o andamento das obras. A previsão é que na metade do próximo ano tudo esteja concluído.

Na reunião técnica sobre a revisão do Plano Diretor – processo que contempla estratégias para planejar o futuro de Limeira, controle social e diagnóstico da cidade, também levamos a pauta dos idosos como prioritária. 

Também como parlamentar, destinei recursos do orçamento municipal para zerar a fila de espera de idosos por aparelhos auditivos. Acreditem: tínhamos quase 500 pacientes com 60 anos ou mais à espera do aparelho que lhes trará não somente a volta da audição, mas o fim do isolamento e até de quadros de depressão que essa condição acarreta, tornando-os inclusive mais propensos a desenvolver a demência.

Estamos trabalhando e temos ainda muito trabalho pela frente. Precisamos continuar construindo uma cidade solidária, informada e preparada para cuidar da sua população idosa. Afinal, lutar contra o Alzheimer é lutar pela qualidade de vida, pela memória e pela dignidade de todos nós.

Tenham todos uma ótima semana.

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