
Haddad: pode haver audiência para discutir desoneração da folha
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 10, que
deve haver uma audiência de conciliação entre governo e Senado no Supremo
Tribunal (Federal) para avaliar como proceder com a política de desoneração da
folha de 17 setores, tendo em vista que as medidas aprovadas pelo Congresso não
foram suficientes para compensar a perda de arrecadação com a prorrogação do
benefício.
"Respondemos ao ministro (do STF Cristiano) Zanin, o Senado respondeu.
Talvez venhamos a ter agora uma audiência de conciliação ali para ver como
proceder nesse caso. Porque é uma decisão, ainda que liminar, confirmada pelo
Pleno do Supremo", disse Haddad, em referência à determinação de garantir
a compensação integral da medida.
Na semana passada, o Senado defendeu, em manifestação enviada ao STF, as
medidas criadas para compensar a desoneração da folha de pagamento, apontadas
pelo governo como insuficientes para cobrir a renúncia fiscal.
A manifestação atende a pedido do relator, Cristiano Zanin, após a
Advocacia-Geral da União (AGU) afirmar ao Supremo que há risco de prejuízo de
R$ 20,23 bilhões para os cofres públicos em 2025.
A Casa voltou a defender a lei que prorrogou a desoneração e argumentou que a
Constituição exige que leis que criem despesas apresentem estimativas de
impacto orçamentário, mas que não há a obrigatoriedade de prever medidas de
compensação.
O governo vai insistir junto ao STF para garantir a
compensação da perda de receita com a desoneração da folha, seja por meio da
revisão do benefício, de um "aperto" maior na regra para reoneração
gradual ou até mesmo exigindo que o Congresso apresente novas medidas para
cobrir a perda. Essa é uma das preocupações da equipe econômica nos próximos
meses.
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