
Economistas divergem sobre efeitos do tarifaço
Economistas do mercado financeiro que participaram nesta
segunda-feira, 7, do evento de premiação Top 5 do relatório Focus, na sede do
Banco Central, em São Paulo, indicaram caminhos diferentes para uma possível
reação do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) aos efeitos do tarifaço
de Donald Trump na economia dos Estados Unidos.
Em uma das mesas do evento em que o tema foi assunto, o economista da Petros,
Diego Martins Silva, apontou que a incerteza global segue muito elevada por
conta dos desdobramentos da guerra tarifária iniciada pelos EUA, mas, caso não
haja maior volatilidade nos preços, o cenário mais provável é de um Fed atuando
com a taxa de juro parada por algum tempo.
Ele reconheceu que, por um lado, uma recessão nos EUA pode, sim, ter um impacto
desinflacionário na economia americana, mas, caso o Fed reagisse de maneira
"muito forte", cortando os juros, corre-se o risco de haver
desancoragem das expectativas de inflação.
A análise é, em partes, corroborada pelo economista-chefe da Quantitas
Consultoria, Ivo Chermont. Ele lembra que, mesmo antes do anúncio tarifário do
presidente dos EUA, Donald Trump, algumas pesquisas do Fed já apontavam para um
risco inflacionário crescente em alguns itens.
"Se não houver novas escaladas de tarifas eu acho que a inflação seria o
alvo do Fed mais penalizado", detalha Chermont. "Acho que ele Fed
teria uma preferência por ser um pouco mais cauteloso do que mais ágil",
complementa.
Para o economista do ASA, Leonardo Costa, por outro lado, os efeitos das
tarifas devem levar o Fed a cortar juros, porque a possibilidade de recessão
nos EUA aumentou. "Acreditamos que o Fed vai acabar reagindo".
"A nossa aposta é de que, por mais que a gente tenha tido essa perturbação
na perspectiva de inflação por lá, ela inflação ainda deve voltar para perto de
2%", pontuou.
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