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Estiagem: Limeira já inicia uso da represa reserva

A concessionária responsável pelo tratamento e distribuição de água para a cidade de Limeira informou que, nesta quarta-feira, começou a usar a água retirada da Represa Salto do Lobo, que é considerada uma reserva técnica para tempo de estiagem severa. Segundo o site da concessionária que monitora as condições dos mananciais, o Rio Jaguari tem, atualmente, vazão de 3,7 metros cúbicos por segundo. Essa vazão deixa o manancial em estado considerado crítico. Para abastecer a cidade é necessário captar 1 metro cúbico.

No entanto, segundo Rogério Lima, gerente de operações da concessionária, o uso da reserva se deu, principalmente, pela qualidade da água do Rio Jaguari, que não é satisfatória. Com isso, os sifões utilizados para captar água da represa foram acionados. Com a mistura, segundo a empresa, é possível manter o abastecimento por cerca de 60 dias, dependendo do uso feito pela população. Por isso, o representante da empresa pede para que as pessoas mantenham o uso consciente da água. “É essencial que os limeirenses usem água nesta época apenas para as necessidades básicas como alimentação e higiene”, relatou Lima.

O gerente ainda relatou que a tendência é que a situação do abastecimento da água na cidade seja pior da registrada em 2021. “No ano passado, a gente começou a fazer a captação da represa no começo de setembro. Ou seja, neste ano, começamos a captar água um mês antes e, se não chover, o prazo de 60 dias vai terminar ainda no meio da estiagem”, frisou.

DADOS

Recentemente, a empresa divulgou dados da média mensal do uso da água na cidade. Neste balanço foi constatado que cada limeirense consome 70 litros a mais do que é recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 120 litros por dia. Segundo a Faculdade de Tecnologia da Unicamp, a última vez que Limeira teve uma chuva com valores consideráveis (acima de 10 mm por dia) foi 31 de maio, quando choveu 16 milímetros. De 1 de janeiro a 31 de julho, choveu em Limeira 447,5 milímetros. A média histórica, analisada pela Universidade de Campinas, de 1990 a 2021, é de 825 milímetros no mesmo período. Ainda de acordo com a FT/Unicamp, em julho choveu 0,3mm, na sexta-feira da semana passada, dia 29. Os equipamentos estão instalados na sede da da Faculdade de Tecnologia, que fica na avenida Gumercindo Araújo. Os dados apresentados pela concessionária são da chuva registrada no leito do rio, no bairro do Jaguari, zona rural de Limeira. Lá, segundo a BRK, choveu 658 milímetros de janeiro a junho. Não há informações de julho no portal da concessionária.

RECLAMAÇÕES

Alguns leitores da Gazeta entraram em contato com a reportagem para relatar que estariam sentido um gosto e cheiro diferente na água entregue para os clientes. “Depois de cozinhar o arroz percebi um gosto horrível nele. Quando abri a torneira para lavar a louça, senti o cheiro e entendi o que estava acontecendo”, relatou uma leitora. Durante uma entrevista concedida à Rádio Educadora, o gerente disse que o problema, de fato, é constatado com frequência nesta época do ano e é causado pelo maior uso de produtos químicos no tratamento. “Em determinado momento, colocamos até cinco vezes mais cloro do que habitualmente”, relatou o gerente. Ele ainda garante que testes são realizados no laboratório da empresa e que, mesmo assim, a água apresenta potabilidade dentro dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

 

 

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