Dia do Joalheiro: mercado de joias tem expectativa de crescimento
Dia 15 de novembro é marcado não só pelo feriado da Proclamação da República, mas também é o dia de celebrar uma das profissões mais milenares: o joalheiro. Desde o designer das peças, ao acabamento, os responsáveis em criar um dos maiores símbolos de poder e autoestima, apareceram ao longo dos anos tendo grande relevância no cristianismo e estando presente na vida de praticamente todos os grandes nomes da história da humanidade. Hoje, concentram um setor produtivo e atentos às tendências do mercado.
O mercado no Brasil deve registrar uma taxa de crescimento anual composta de 1,79% até 2026, segundo pesquisa de mercado da Mordor Intelligence. O mercado estudado é altamente influenciado pelas mudanças nas tendências da moda, principalmente devido à inovação contínua. O crescimento do mercado é impulsionado pela mudança em grande escala para a plataforma de comércio eletrônico devido ao aumento nas vendas no varejo online.
No entanto, alguns consumidores sensíveis aos preços exigem semijoias, impulsionando assim todo o segmento. Além disso, devido ao aumento da popularidade no Brasil, os fabricantes do país têm importado artigos de joalheria para atender à crescente demanda por esses acessórios. “A indústria joalheira brasileira é uma das indústrias de bens de consumo de rápido crescimento, com um número crescente de players trazendo produtos inovadores para as prateleiras do varejo”, destaca a pesquisa.
No Brasil, quando se fala da profissão e dos grandes produtos, os olhares se voltam para Limeira. Desde 2018, quando o então governador Geraldo Alckmin sancionou a lei, a cidade recebeu o título de Capital Nacional da Joia Folheada. Com aproximadamente 1.500 empresas que geram cerca de 20 mil empregos diretos, Limeira produz 70 toneladas mensais em semijoias, que são revendidas em todo o Brasil, além de países da América Latina, Alemanha e Estados Unidos.
A cidade é responsável por aproximadamente 70% de toda exportação do tipo no país, atendendo desde Estados Unidos, toda América Latina, até Itália, Espanha e África do Sul. Em uma obra lançada em 2021, o escritor e historiador limeirense, Eduardo Heflinger Jr., o Toco, conta a história da indústria joalheira na cidade. Para o setor, este projeto é considerado ousado e de fôlego.
A iniciativa partiu do empresário Wilson Antiqueira Dantas, proprietário da Realen Folheados, que com o apoio de seu sócio, José Araújo de Oliveira, convidou o renomado pesquisador para o trabalho. O resultado: o livro “Limeira – A Capital Nacional da Joia Folheada – Volume I”, luxuoso volume bilíngue, com tradução de Irene Sinnecker, com 392 páginas, cerca de 300 imagens, capa dura e box.
“Sempre quis contar a história de carregarmos esse título, da importância do setor para a cidade, mas tínhamos que resgatar lá do início, num trabalho minucioso feito pelo Toco. O intuito é celebrar essa história, levar uma edição dos livros em viagens à trabalho, ou nos momentos de lazer. Limeira precisa ser reconhecida pela importância desse segmento, que atrai investimentos, movimenta toda uma cadeia de negócios, desde o turismo, hotelaria, restaurantes, até o produto final”, disse Wilson Antiqueira Dantas.
Wilson exibe com orgulho a edição do livro, mas sua dedicação pelo setor tem uma história longa, com intensa participação em projetos sociais, de esporte, e claro, do setor de semijoias na cidade. Presente no mercado desde 1992, a Realen Folheados é uma das empresas prestadoras de serviços de galvanoplastia (banho) para o mercado de semijoias em Limeira e atende o mercado de peças para ornamentação pessoal, através da prestação de serviços em galvanoplastia.
Segundo o Portal Capital da Joia, é chamado de banho de joias todo processo em que se reveste uma joia com algum metal derretido — como o ouro, a prata e o ródio, por exemplo —, tornando-a delicada, sofisticada e, é claro, valiosa. A quantidade de milésimos do metal é o que determina a qualidade da peça, em termos de durabilidade e aspecto, quanto mais milésimos utilizados no banho, melhor será o resultado da peça. O objetivo desse procedimento, também chamado de galvanoplastia, é melhorar as características da joia, garantindo maior durabilidade e proteção contra corrosão e oxidação, tal como aprimorar seu brilho e espessura.
“As joias folheadas ganharam um espaço importante no mercado, não só pela durabilidade e delicadeza das peças, mas pelo valor que consegue agregar todas as classes sociais. Uma joia representa auto estima, beleza e por isso, é tão presente na vida das mulheres. Não somente elas são maioria das consumidoras, como também atuam profissionalmente, seja na produção, designers e outros serviços na indústria, e também na comercialização das peças, revendendo também”, destaca.
UNIÃO
Para que Limeira se desenvolva ainda mais no setor, Wilson acredita que reunir somente os empresários prestadores de serviço de banho, ou empreender ações voltadas unicamente para resolver os problemas dos produtores de bruto, ou dos envolvidos na comercialização, importação e exportação de insumos, seja o maior caminho. “Nós temos que nos unir, para encontrar soluções que beneficiem toda a cadeia produtiva. Obviamente, se a cadeia estiver forte, todos os participantes irão se beneficiar. Nós precisamos olhar o concorrente não como inimigo, mas, sim, como um agente que possibilita a melhoria de seu produto, do seu atendimento, e da performance de sua comercialização”, destaca.
Desde o início da história da constituição do polo de Limeira, Wilson destaca que observa novas empresas se formaram e continuam a se constituir a partir de funcionários que deixaram de ser empregados, para se tornarem empresários. “Vejo também como positivo o surgimento de jovens empreendedores, com ideias arejadas, que empregam soluções modernas na comercialização”, afirma.
Para o futuro: há necessidade do aparecimento de outros empresários, que adotem e entendam os segredos da modernidade, só assim teremos condição de nos reinventarmos com a mesma rapidez que as informações se propagam. Outro fato importante é que Limeira precisa se tornar uma Holambra, envolvendo todos os demais segmentos, fomentando todas as áreas, promover ações e eventos que possibilite que o consumidor conheça desde a Rua da Alegria, até as principais indústrias. O que nos falta é união”, disse.
Sobre a concorrência: -"A concorrência é algo saudável, que obriga os empresários criativos a se reinventarem e crescerem. Hoje, nós somos o nosso maior concorrente. Tudo depende de nossa conduta profissional. Daí a necessidade de estar sempre inovando, atentos às novidades, tanto em termos tecnológicos como no aparecimento de ferramentas modernas, a partir da inserção à mídia digital. Nós não podemos ficar à deriva. Ou eu chego na frente ou, na pior das hipóteses, chegamos juntos, sempre inovando, buscando oferecer algo inédito, que se caracterize um diferencial. Não podemos nos acomodar, se o fizermos, seremos nosso principal concorrente”. E por fim, Wilson fala sobre o Dia do Joalheiro. “É uma obra de arte. Uma das profissões mais antigas do mundo e que ainda se mantém por ter aprendido a se renovar. É satisfatório ver todo o processo e acredito que é uma profissão que os jovens devam investir. A joia é eterna. É passado de geração para geração. É um presente a quem amamos e principalmente a nós mesmos”, disse.
Foto: Divulgação
Legenda: Joias folheadas ganharam um espaço importante no mercado
Comentários
Compartilhe esta notícia
Faça login para participar dos comentários
Fazer Login