
Prefeito quer criar Polícia Municipal em Limeira
O prefeito Murilo Félix anunciou, neste sábado (22), a
mudança de nome da Guarda Civil Municipal (GCM) para Polícia Municipal. A
decisão foi tomada após o entendimento do Supremo Tribunal Federal, na última
quinta-feira, que autorizou as guardas municipais, assim como as forças
policiais, a realizarem patrulhamento ostensivo e efetuarem prisões em
flagrante.
"A decisão do STF reafirma um trabalho fundamental que
vem sendo realizado pela GCM e permite que ela atue como uma força policial.
Por isso, nosso compromisso é fortalecer nossa guarda, tornando-a formalmente
uma Polícia Municipal", afirmou o prefeito Murilo Félix.
A mudança de nome será analisada pela Secretaria de
Assuntos Jurídicos, que avaliará se a alteração será feita por meio de Decreto
ou por um Projeto de Lei enviado à Câmara Municipal.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é
constitucional a criação de leis pelos municípios para que guardas municipais
atuem em ações de segurança urbana. Essas normas devem, no entanto, respeitar
limites, de forma a que não se sobreponham, mas cooperem com as atribuições das
polícias Civil e Militar, cujas funções são reguladas pela Constituição e por
normas estaduais.
A matéria foi julgada no Recurso Extraordinário, com
repercussão geral (Tema 656), o que significa que a decisão do STF deverá ser
seguida pelas demais instâncias da Justiça em casos que questionam as
atribuições das guardas municipais.
De acordo com o entendimento fixado, as guardas municipais
não têm poder de investigar, mas podem fazer policiamento ostensivo e
comunitário e agir diante de condutas lesivas a pessoas, bens e serviços,
inclusive realizar prisões em flagrante. Sua atuação fica limitada às
instalações municipais, em cooperação com os demais órgãos de segurança pública
e sob a fiscalização do Ministério Público.
O recurso que gerou a discussão questionava decisão do
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que derrubou uma norma municipal que
concedia à Guarda Civil Metropolitana o poder de fazer policiamento preventivo
e comunitário e prisões em flagrante. Para o TJ-SP, o Legislativo municipal
havia invadido a competência do estado ao legislar sobre segurança pública.
O relator, ministro Luiz Fux, frisou que o STF já tem
entendimento de que, assim como as polícias Civil e Militar, as guardas
municipais também integram o Sistema de Segurança Pública. Ele lembrou que a
competência para legislar sobre a atuação das polícias cabe não só aos estados
e à União, mas também aos municípios.
Seu voto foi acompanhado por oito ministros. “Não podemos
afastar nenhum dos entes federativos no combate à violência”, afirmou o
ministro Alexandre de Moraes. Ele defendeu que as guardas municipais não se
restrinjam à proteção do patrimônio público, mas trabalhem em cooperação com os
demais órgãos policiais. O ministro Flávio Dino também defendeu uma
interpretação ampliada do papel das guardas.
Vencido, o voto divergente foi do ministro Cristiano Zanin,
acompanhado pelo ministro Edson Fachin. Para ambos, a razão que motivou a ação
deixou de existir, uma vez que uma nova lei em vigor se sobrepôs à norma
invalidada pelo TJ-SP. Cada um apresentou uma tese distinta, buscando
estabelecer limites mais claros para o policiamento ostensivo das guardas, mas
esses entendimentos também ficaram vencidos.
O anúncio de Murilo Félix abre um debate sobre como a
Guarda Municipal poderá atuar na prática em Limeira. Atualmente, a corporação
já auxilia na segurança patrimonial e em ocorrências preventivas, mas a nova
diretriz pode ampliar sua participação em ações ostensivas nas ruas da cidade.
“A Guarda Municipal de Limeira, merece respeito e se Deus quiser nós vamos
conseguir com que Limeira tenha uma Polícia Municipal, atuando com força de
polícia aqui na cidade”, disse.
Outros municípios, como São Paulo, já estudam mudanças
semelhantes. O prefeito paulistano, Ricardo Nunes, afirmou que pretende alterar
o nome da Guarda Civil Metropolitana para “Polícia Metropolitana” ou “Polícia
Urbana”, além de contratar mais 2 mil agentes para reforçar o efetivo.
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