O prefeito de Limeira, Murilo Félix, anunciou esta semana, a ampliação do atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no município. O projeto prevê a criação do Centro do Autista e da Família, além de melhorias na estrutura do Centro de Especialização Municipal do Autista (CEMA).

A obra do novo espaço está passando por ajustes para melhor atender a demanda. "As coisas estão andando para que o autista seja atendido. Além do atendimento previsto no plano de governo para crianças de até cinco anos no CEMA, vamos criar o Centro do Autista e da Família, que será um suporte para aqueles acima dessa idade. Esse novo centro será um local de referência para acompanhamento das famílias, oferecendo suporte psicológico, orientação e um espaço adequado para os autistas continuarem seu desenvolvimento", afirmou Murilo Félix.

O prefeito também enfatizou a importância de um atendimento mais estruturado e contínuo. "Sei que muitas famílias enfrentam dificuldades para conseguir atendimento. Estamos trabalhando para diminuir essa fila de espera. A prefeitura está empenhada na reestruturação da rede de atendimento e na contratação de profissionais especializados. É um compromisso que assumi e que vamos cumprir", declarou. A Prefeitura esclareceu que a expectativa é que a obra seja retomada ainda no primeiro semestre deste ano.

A iniciativa busca reduzir a atual fila de espera, que conta com aproximadamente 700 pessoas aguardando atendimento, algumas há mais de dois anos. Segundo José Milton, pai de autista e membro da Associação Inclusão Já, os desafios enfrentados pelas famílias são grandes. "O atendimento atual é de apenas 30 minutos uma vez por semana, o que não corresponde às necessidades das crianças. Precisamos de um planejamento estruturado, que envolva saúde, educação e família. Não adianta apenas abrir um espaço sem garantir profissionais capacitados e um modelo de atendimento eficaz", pontuou.

Uma das soluções propostas é a criação de um grupo de trabalho para desenvolver projetos voltados às pessoas com TEA, reunindo representantes da sociedade civil, conselhos municipais e profissionais especializados. José Milton sugeriu ao prefeito que esse grupo seja formado também por voluntários, a fim de acelerar a implementação de políticas públicas. "Temos pessoas capacitadas na cidade que podem ajudar sem gerar custos ao município. Precisamos unir esforços para garantir que as mudanças aconteçam de forma efetiva", afirmou.

Outro ponto abordado é a transferência do CEMA para um novo prédio, localizado na região central da cidade, facilitando o acesso das famílias. O atual endereço, no Jardim Vanessa, enfrenta dificuldades de infraestrutura e transporte, dificultando o atendimento adequado. "O novo espaço, na região central, trará melhorias significativas para os pacientes e seus familiares", ressaltou o prefeito. "Sabemos que há dificuldades no transporte, e esse novo local será mais acessível para todos. Estamos pensando não só na ampliação do atendimento, mas também na comodidade das famílias.", disse. Hoje o CEMA atende aproximadamente 300 crianças, jovens e adultos.

Além disso, a discussão sobre a contratação de profissionais especializados e a revisão do modelo de atendimento também foi levantada. Segundo José Milton, o modelo atual é mais voltado à educação, enquanto há a necessidade de um atendimento clínico para os autistas. "Precisamos de terapeutas e profissionais preparados para lidar com as necessidades reais dessas crianças. O atendimento escolar é importante, mas não supre todas as demandas", destacou. O prefeito concordou com essa necessidade e afirmou que está dialogando com profissionais da área para estruturar um modelo mais completo. "Estamos ouvindo os especialistas para oferecer um serviço de qualidade. Queremos um atendimento que realmente faça a diferença na vida dessas crianças e de suas famílias."

A proposta de descentralização do atendimento também foi sugerida, com a possibilidade de implementar o serviço em escolas de diferentes regiões da cidade, evitando a necessidade de deslocamento excessivo das famílias. "Hoje, as crianças precisam atravessar a cidade para receber atendimento, o que gera um grande transtorno. Se conseguirmos distribuir esse atendimento por regiões, podemos melhorar muito a vida dessas famílias", explicou José Milton.

O prefeito reafirmou seu compromisso com a causa e pediu paciência aos pais. "Estamos reestruturando a prefeitura para melhor atender as famílias. Sei que o atendimento ainda não é o ideal, mas estamos trabalhando para solucionar as dificuldades e garantir que os autistas tenham o suporte necessário. Podem contar comigo, pois estamos empenhados em transformar essa realidade. Sei que há muitas dificuldades, mas com planejamento e união, conseguiremos avançar", concluiu Murilo. A Gazeta questionou sobre a previsão de entrega do prédio e a capacidade de atendimento, além do número de salas e o valor do projeto, mas ainda não obteve resposta.