
Fecundidade aumenta entre mulheres com mais de 35 anos em Limeira
Dados divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) revelam mudanças significativas no
comportamento reprodutivo das mulheres em Limeira. As informações fazem parte
do Censo Demográfico 2022 e apontam para um adiamento da maternidade, com
redução dos nascimentos entre mulheres mais jovens e crescimento da fecundidade
nas faixas etárias mais altas.
O número de filhos nascidos nos 12 meses anteriores ao
Censo caiu quase pela metade entre mulheres de 15 a 29 anos. Em 2010, esse
grupo havia registrado 306 filhos; em 2022, foram apenas 152. A queda também
aparece na faixa de 20 a 24 anos, que passou de 723 nascimentos em 2010 para
617 no último levantamento. Entre mulheres de 30 a 34 anos, tradicionalmente o
grupo mais fecundo, houve uma leve redução: de 828 para 778 filhos.
Em contrapartida, o número de nascimentos cresceu entre
mulheres de 35 anos ou mais. Na faixa de 35 a 39 anos, os dados mostram aumento
de 86% no período, saltando de 332 para 618 filhos. Já entre 40 e 44 anos, os
números triplicaram: foram 56 filhos em 2010 e 167 em 2022. Até mesmo entre as
mulheres de 45 a 49 anos houve crescimento, passando de 11 para 32 filhos
nascidos no ano anterior ao Censo.
De forma geral, as mulheres do país estão tendo menos
filhos e adiando cada vez mais a maternidade. Também cresceu bastante a
proporção de mulheres que chegaram ao final da vida reprodutiva sem terem sido
mães. Essas tendências demográficas se repetem, com maior ou menor intensidade,
em todas as unidades da federação, mostrando diferenças por cor ou raça, níveis
de instrução e, também, por grupos religiosos.
Em 1960, a Taxa de Fecundidade Total (TFT) do país era de
6,28 filhos por mulher, chegando a 8,56 na região Norte e a 7,39 no Nordeste.
Em 2022, a TFT caiu para 1,55 filho por mulher no país, sendo 1,89 na região Norte
e 1,60 no Nordeste.
Os dois últimos censos demográficos demonstram o
envelhecimento da curva de fecundidade das mulheres do país. Em 2010, o pico da
curva da distribuição relativa das taxas específicas de fecundidade estava no
grupo etário de 20 a 24 anos, que tinha um peso de 26,5% na composição da TFT
do ano. Em 2022, a maior concentração passou a ser verificada no grupo etário
de 25 a 29 anos, com 24,4% do peso da fecundidade total do ano. Ao mesmo tempo,
nota-se a redução nas proporções da fecundidade nos primeiros grupos etários e
um aumento dessas proporções para os grupos a partir de 30 anos.
Em 2022, em três Grandes Regiões (Nordeste, Sudeste e
Centro-Oeste) o pico da distribuição das taxas específicas de fecundidade se
deslocou do grupo etário dos 20 a 24 anos para o de 25 a 29 anos. A exceção foi
o Norte, cujo pico da fecundidade permaneceu nos 20 a 24 anos e o Sul, cujo
pico já estava localizado no grupo etário de 25 a 29 anos em 2010.
Os dados dos Censos Demográficos de 2000, 2010 e 2022 indicam
crescimento no percentual de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filhos
nascidos vivos, ou seja, no grupo de mulheres que concluiu recentemente a
passagem pelas idades do ciclo reprodutivo com maior ocorrência de nascimentos
e cuja ausência de filhos tidos nascidos vivos tende a ser permanente.
No Brasil, o percentual de mulheres de 50 a 59 anos que
não tiveram filho era de 10,0% em 2000, passando para 11,8% em 2010 e para
16,1% em 2022. O aumento no percentual de mulheres sem filhos após seu período
reprodutivo está associado à postergação da maternidade. Todas as Unidades da
Federação apresentaram incremento nesse indicador, no período de 2010 e 2022.
Em 2022, o Rio de Janeiro tinha o maior percentual de mulheres de 50 a 59 anos
que não tiveram filho nascido vivo (21%). No outro extremo, estava Tocantins
(11,8%).
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