
AEL reforça missão de inclusão social em Limeira
A Associação Amigos Especiais de Limeira (AEL) completa 13 anos de existência este ano, como uma das referências no atendimento gratuito a pessoas com Síndrome de Down na cidade. Criada em 2012, a entidade nasceu da iniciativa de oito famílias que, diante de experiências e desafios semelhantes, decidiram se unir para enfrentar o preconceito, compartilhar avanços e oferecer mais oportunidades para seus filhos.
A coordenadora social da AEL, Gisele Barbosa Mosciaro, explica que, no início, os encontros tinham o objetivo de fortalecer as famílias e criar um espaço seguro para que todos se sentissem parte da comunidade. “Essas famílias se sentiam excluídas e, a partir das reuniões, ganharam forças para construir algo maior. Assim nasceu a AEL, que hoje é uma atividade sólida e reconhecida em Limeira”, afirma.
O trabalho da associação está estruturado dentro do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, previsto na política de Assistência Social. São ofertadas atividades como aulas de dança, teatro, musicalização, jogos, oficinas culturais e atendimento psicossocial. O público atendido é, em sua maioria, adulto, mas o serviço está aberto para pessoas a partir de 8 anos. “Embora possamos atender todas as idades, a maior demanda vem de adultos, pois muitas vezes, após a fase escolar, eles ficam mais em casa e sem oportunidades de participação social. Nossa proposta é justamente ampliar essas possibilidades”, diz Gisele.
As atividades culturais também projetam Limeira para além de suas fronteiras. O grupo de dança “Down Dance” já se apresentou em outros estados e até na Argentina, conquistando premiações. No teatro, os atendidos realizaram apresentações no município, sempre com grande participação do público. Para facilitar o acesso, algumas atividades acontecem no início da noite, permitindo que familiares que trabalham durante o dia consigam levar os participantes.
Em 2024, a AEL passou a receber repasse de verba municipal, que cobre cerca de 30% das despesas. Os outros 70% são mantidos por meio de eventos, ações sociais e doações da comunidade. “A verba pública ajuda, mas não é suficiente para manter todo o funcionamento. Dependemos muito da solidariedade da sociedade para dar continuidade às atividades com qualidade e autonomia”, explica Gisele.
A entidade conta com uma diretoria formada por familiares de pessoas atendidas. O presidente atual, Cláudio Ferraz, é um dos fundadores e, segundo Gisele, mantém presença ativa na rotina da associação. “Isso é muito importante porque a diretoria entende de perto quais são as necessidades e desafios que enfrentamos”, pontua. A Associação também integra o CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social) e o CMDPD (Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência).
Além das atividades contínuas, a AEL realiza eventos para arrecadar recursos, como bingos e apresentações públicas, incluindo no shopping, em datas como o Dia Internacional da Síndrome de Down. A associação também busca ampliar parcerias com empresas, tanto para receber doações quanto para promover a inclusão de aprendizes e profissionais no mercado de trabalho. “Temos casos de aprendizes que passaram por aqui e conseguiram experiência profissional, mas ainda precisamos de mais oportunidades”, reforça.
Gisele lembra que, mesmo após mais de uma década de atuação, muitas pessoas ainda desconhecem o trabalho da AEL. “Queremos que mais famílias saibam que estamos de portas abertas. Nosso atendimento é gratuito e voltado para promover autonomia, socialização e desenvolvimento de cada participante”, afirma.
A AEL está com vagas abertas para novas inscrições. Interessados podem procurar a sede, na Avenida Lumiere, 135, ou entrar em contato pelo telefone/WhatsApp (19) 97164-9357, de segunda à sexta das 12h às 17h. Doações também podem ser feitas diretamente à entidade, ajudando a manter um trabalho que, há 13 anos, transforma a vida de pessoas com Síndrome de Down em Limeira.
Legenda: Associação reforça missão de inclusão social em Limeira
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