A estiagem prolongada e a escassez de chuvas colocaram Limeira e outras cidades da bacia do Rio Piracicaba em estado de atenção. A situação foi oficialmente reconhecida nesta semana, quando o Conselho Diretor da SP Águas (Agência de Águas do Estado de São Paulo) declarou estado de escassez hídrica em toda a bacia hidrográfica, que abrange parte significativa do interior paulista. A decisão foi motivada por um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de água na região. De acordo com o órgão, o volume disponível atualmente não é suficiente para atender à demanda registrada nas últimas semanas.

Em Limeira, a situação é considerada delicada. A BRK, concessionária responsável pelo abastecimento de água no município, informou que os dois principais mananciais que atendem a cidade estão em estado de atenção. O rio Jaguari apresenta atualmente uma vazão de 4,9 m³/s – valor superior ao mínimo exigido (1 m³/s), mas que já demonstra queda preocupante. Já o ribeirão Pinhal opera próximo à sua capacidade mínima de captação, com 60% de reservação.

Apesar da gravidade do cenário, a empresa afirma que não há risco de racionamento neste momento. Em entrevista à Gazeta de Limeira, a BRK destacou que medidas preventivas seguem ativas para garantir o abastecimento, incluindo o uso da represa Salto do Lobo, uma reserva estratégica prevista no plano de contingência para estiagem e utilizada com anuência da Prefeitura. “Mesmo com a estiagem severa, as chuvas recentes ajudaram a amenizar temporariamente os impactos, mas seguimos com ações preventivas para manter a regularidade do abastecimento”, informou a empresa à Gazeta.

“Temos um plano de contingência permanente, com ações de combate a perdas, melhorias operacionais e investimentos contínuos em infraestrutura. Esses esforços asseguram o fornecimento de água mesmo em períodos críticos”, completou a BRK.

A concessionária também reforçou que, embora a cidade esteja fora do risco imediato de racionamento, o momento exige atenção redobrada por parte da população. O uso consciente da água, segundo a empresa, é essencial para evitar que o quadro se agrave nos próximos meses.

O estado de escassez hídrica decretado pela SP Águas afeta toda a bacia do Piracicaba, que inclui, além de Limeira, cidades como Americana, Piracicaba, Santa Bárbara d’Oeste, Paulínia e Campinas. O cenário pode impactar o abastecimento em várias frentes, incluindo o setor agrícola, que depende fortemente da água dos rios da região para irrigação.

A SP Águas ainda não divulgou restrições diretas ao consumo, mas informou que manterá monitoramento constante das condições hidrológicas. A agência também poderá adotar medidas adicionais de controle caso a situação se agrave, incluindo a limitação de uso para atividades não prioritárias.