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Endometriose: doença que afeta milhões de mulheres

A endometriose é uma condição que afeta muitas mulheres em idade reprodutiva, mas ainda é pouco compreendida. Segundo a Dra. Nathalia Freitas, médica formada pela PUC-SP e especializada no tratamento clínico pelo método AV de precisão, os sinais mais comuns incluem cólicas intensas durante a menstruação, dor nas relações sexuais, cólicas que pioram com o tempo, alterações intestinais ou urinárias no período menstrual e, em alguns casos, dificuldade para engravidar.

Em entrevista à Gazeta, Dra. Nathalia alerta que muitas mulheres normalizam essas dores por acreditarem que “sentir dor é normal”. Ela reforça que cólicas menstruais que interferem na rotina e não melhoram com analgésicos não devem ser ignoradas. “Não é normal ter dor intensa no período menstrual. Reconhecer esses sinais precocemente pode fazer diferença no diagnóstico e tratamento”, afirma.

O tratamento da endometriose depende da localização dos focos da doença, das queixas da paciente e do grau de invasão das lesões. Entre as opções estão medicamentos hormonais, que reduzem o estímulo hormonal sobre os focos, e, em alguns casos, cirurgia para remover as lesões. Dra. Nathalia destaca também a importância de mudanças no estilo de vida, alimentação anti-inflamatória, atividade física, manejo do estresse e cuidado emocional, que ajudam a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Para mulheres que desejam engravidar, a especialista lembra que ajustes no estilo de vida podem trazer resultados positivos, embora em alguns casos seja necessário recorrer à cirurgia ou técnicas de reprodução assistida.

Dra. Nathalia ressaltou o valor de eventos de conscientização sobre a doença: “Estou feliz em participar deste evento, pois acredito que a informação pode transformar vidas. Esse espaço permite que as mulheres reconheçam sinais do próprio corpo e busquem ajuda com segurança. Falar sobre endometriose também quebra o silêncio em torno da dor feminina, trazendo à tona um assunto que, por muito tempo, foi normalizado. ”

Segundo a médica, momentos como esses fortalecem o acolhimento, criam redes de apoio e mostram que nenhuma mulher precisa enfrentar esse sofrimento sozinha. “A informação é poder, e juntas podemos transformar a experiência da endometriose em algo mais compreendido e tratado”, conclui.

O Centro Comunitário do Jardim Ouro Verde, em Limeira, recebe hoje às 9h, um bate-papo sobre endometriose com a própria especialista Nathalia Freitas. O evento, gratuito e aberto ao público, é promovido pelo gabinete da vereadora Bruna Magalhães e tem como proposta oferecer um momento de acolhimento, informação e cuidado com a saúde da mulher. O encontro será na Rua Vicente de Felice, 366.

 A iniciativa faz parte das ações de conscientização sobre a doença, que afeta uma em cada dez mulheres, segundo o Ministério da Saúde. Em julho, a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei de autoria da vereadora que criou o Programa Municipal de Atenção Integral à Mulher com Endometriose “Cólica Não é Normal”.

O programa tem como objetivo promover saúde, bem-estar, diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento humanizado para mulheres com endometriose. A proposta também incentiva a formação continuada de profissionais e a articulação em rede, ampliando o acesso equitativo à saúde.

Segundo Bruna Magalhães, o município dá um passo importante ao instituir uma política pública voltada especificamente às mulheres com a doença. “Queremos garantir acolhimento e tratamento digno para todas que sofrem com a endometriose”, afirmou a parlamentar. 

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