Foto de capa da notícia

Limeira não tem protocolo para manejo e resgate de animais silvestres

Limeira ainda não possui um protocolo que regulamente o manejo e o resgate de animais silvestres. A constatação foi feita pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara durante reunião realizada na quinta-feira (6), com representantes das secretarias municipais de Meio Ambiente e Proteção Animal, do Pelotão Ambiental e da Defesa Civil. A ausência de normas específicas preocupa os parlamentares, que pretendem articular a criação de uma regulamentação municipal para estabelecer diretrizes claras sobre o atendimento a essas ocorrências.

 

O encontro contou com a presença dos vereadores Felipe Penedo (PL), presidente da Comissão; Tatiane Lopes (Avante), vice-presidente; e Helder do Táxi (PSD), secretário; além do coordenador da Defesa Civil, Alexandre Freitas; do diretor de Segurança e Defesa Civil, Moisés Muniz; de integrantes do Pelotão Ambiental; e do secretário de Proteção Animal, Reinaldo Belussi.

 

O debate surgiu após o relato de um morador, Rafael Fernando Antônio, que participou de uma reunião anterior do colegiado, em outubro, e contou ter precisado remover sozinho um enxame de abelhas em frente à casa da mãe, após não conseguir auxílio do poder público. O caso expôs a falta de um canal de atendimento e de procedimentos definidos para situações que envolvem polinizadores, como abelhas e marimbondos.

 

De acordo com o diretor da Secretaria de Meio Ambiente, Maicon Grella, a pasta realiza ações educativas e campanhas de conscientização, mas não há uma política municipal que trate especificamente do manejo desses animais. A Defesa Civil explicou que o órgão, assim como o Corpo de Bombeiros, não é responsável por esse tipo de serviço e que, quando há chamados envolvendo colmeias, a população é orientada a procurar apicultores — o que gera custos ao próprio morador. Segundo a Defesa Civil, são registradas cerca de 500 ocorrências desse tipo por ano em Limeira.

 

O secretário de Proteção Animal, Reinaldo Belussi, ressaltou que a captura de abelhas e outros polinizadores exige conhecimento técnico e local adequado para destinação. Ele defendeu que o município adote um protocolo próprio, em parceria com profissionais habilitados. “O apicultor é fundamental nesse processo, pois a captura é complexa e deve garantir segurança tanto às pessoas quanto aos animais”, afirmou.

 

A vereadora Tatiane Lopes relatou que recebe frequentemente pedidos de ajuda de moradores que encontram animais silvestres e não sabem a quem recorrer. Ela citou casos de gambás, macacos e aves em áreas urbanas e destacou que a falta de estrutura e equipamentos básicos dificulta o trabalho dos órgãos públicos. “Não há caixas de transporte, luvas, cordas e, muitas vezes, falta treinamento adequado. A população liga para um órgão e é encaminhada para outro, sem solução”, criticou.

 

Belussi confirmou que a Secretaria de Proteção Animal não possui equipe especializada para resgate e que o manejo da fauna silvestre é, atualmente, de competência do Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. “Recebemos muitos animais no zoológico, mas o resgate em campo depende de autorização estadual e de profissionais capacitados”, explicou.

 

Os participantes também destacaram a importância da conscientização da população sobre a presença de animais silvestres nos bairros. Segundo Belussi, o avanço de saruês, ouriços e outras espécies nas áreas urbanas está relacionado à perda de habitat e à busca por alimento. “Nem todo animal precisa ser resgatado. Muitos apenas passam por essas áreas e seguem seu caminho. É preciso evitar o pânico e preservar a vida desses animais”, disse.

 

Segundo informações da Câmara, a Comissão de Meio Ambiente se comprometeu a iniciar tratativas com a Prefeitura para criar um protocolo municipal de manejo e resgate de fauna silvestre, que defina responsabilidades, fluxos de atendimento e medidas de proteção tanto para os animais quanto para a população. O objetivo é elaborar uma regulamentação que fortaleça a atuação dos órgãos competentes e garanta um atendimento mais eficiente às ocorrências.

 


 

 

Comentários

Compartilhe esta notícia

Faça login para participar dos comentários

Fazer Login