
Xerostomia: como cuidar da saúde bucal em casos de boca seca
O ressecamento da boca, também conhecido como xerostomia, é
um problema frequentemente associado à redução do fluxo salivar, que pode
aumentar os riscos de cáries, halitose e infecções bucais. Embora seja comum em
idosos, essa condição pode afetar pessoas de diferentes faixas etárias,
especialmente aquelas que fazem uso de medicamentos, como antidepressivos,
antialérgicos, relaxantes musculares e diuréticos.
A saliva é um fluido viscoso liberado pelas glândulas
salivares, e o ser humano produz cerca de um litro por dia. Ela desempenha
diversas funções na boca, como lubrificação, autolimpeza da cavidade bucal,
remineralização dental e percepção gustativa, além de auxiliar na digestão. A
secura bucal pode ou não estar relacionada à falta desse fluido, ou seja, nem
sempre a boca seca indica uma real falta ou diminuição na produção de saliva.
Ana Paula de Freitas Ravanini, cirurgiã-dentista, explica
que muitos medicamentos psiquiátricos possuem efeito anticolinérgico, reduzindo
funções do sistema nervoso e, assim, a produção de saliva, deixando-a mais
viscosa. "A saliva é essencial para a proteção da cavidade bucal. Ela age
como uma barreira natural contra cáries e infecções, além de auxiliar na
mastigação, deglutição e fala. Quando seu fluxo é comprometido, o impacto na
qualidade de vida do paciente pode ser significativo", afirma.
Além do uso de medicamentos, a xerostomia também pode surgir
pelo hábito de respirar pela boca, ronco, uso de cigarro e álcool, e a falta de
ingestão de líquidos. "A água compõe cerca de 99% da saliva, e o 1%
restante é formado por componentes orgânicos (proteínas e enzimas), e
componentes inorgânicos (minerais como cálcio e fosfato). Isso nos mostra a
importância da ingestão de, no mínimo, 35ml/kg de peso de água, por dia ",
recomenda a especialista da Clínica Omint Odonto e Estética.
Entre os sintomas da xerostomia estão: boca e garganta seca,
dificuldade para mastigar e engolir, saliva espessa, rachaduras nos lábios e
cáries frequentes. Pacientes em tratamento psiquiátrico podem adotar medidas
preventivas, como hidratar-se constantemente, usar gomas de mascar com xilitol
e recorrer a substitutos de saliva, como sprays ou géis.
O acompanhamento odontológico regular é fundamental. "O dentista é o profissional que pode identificar os primeiros sinais de xerostomia e atuar para prevenir problemas mais graves. Além disso, um trabalho conjunto entre dentistas e médicos psiquiatras pode garantir o ajuste das medicações e um cuidado integral ao paciente", enfatiza Dra. Ana Paula.
O ressecamento bucal não é apenas um problema físico, como
explica a cirurgiã-dentista: "As dificuldades para mastigar, falar e
engolir podem gerar constrangimento e impactar negativamente a vida social do
paciente, agravando questões emocionais que já estão presentes em tratamentos
para a saúde mental. Por isso, é essencial que pacientes e profissionais de
saúde estejam atentos aos cuidados necessários para mitigar seus efeitos e
promover uma melhor qualidade de vida".
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