Urologista Dr Lucero fala sobre prevenção e diagnóstico do câncer de próstata
O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença representa cerca de 29% dos diagnósticos de câncer masculino no país.
Para chamar atenção para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, foi criada a campanha Novembro Azul, que durante todo o mês promove ações de conscientização voltadas à saúde do homem. Mais do que um alerta sobre o câncer de próstata, o movimento busca também quebrar tabus e estimular os homens a cuidarem da própria saúde de forma integral, realizando consultas e exames regularmente.
O câncer de próstata é considerado um câncer da terceira idade: aproximadamente 75% dos casos no mundo ocorrem em homens com 65 anos ou mais. A incidência é maior em países desenvolvidos e em regiões onde o acesso a médicos e exames diagnósticos é mais facilitado. Entre os principais sintomas estão dificuldade para urinar, sensação de bexiga cheia mesmo após urinar e diminuição do jato urinário. No entanto, muitos casos são silenciosos, sem manifestação de sintomas nas fases iniciais da doença.
Especialistas alertam que homens que apresentarem qualquer alteração devem procurar um urologista para realizar os exames necessários. O diagnóstico precoce é fundamental: quando detectado a tempo, o câncer de próstata tem altas taxas de cura e tratamentos menos agressivos, o que impacta diretamente na qualidade de vida do paciente.
Para aprofundar o tema e esclarecer dúvidas frequentes, a
Gazeta conversou com o urologista Dr. Lucero Borba Paz, formado pela
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e atuante em Limeira pela Unimed e
Clínica Modena. Na entrevista, o especialista explica quais são os fatores de
risco, a importância do diagnóstico precoce, os principais sintomas de alerta e
como os avanços tecnológicos têm contribuído para o tratamento da doença.
. Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata e a partir de que idade os homens devem iniciar o acompanhamento com o urologista?
O câncer de próstata é o tumor maligno mais comum dos homens, com exceção do câncer de pele. Cerca de 20% dos homens vão apresentar câncer de próstata ao longo da vida. O fator de maior risco é a idade. A principal faixa etária afetada é a de 50 a 70 anos. A raça negra, obesidade, má alimentação e histórico familiar de câncer de próstata e mama são outros fatores de aumento de risco de desenvolvimento de câncer de próstata e de apresentação de tumores mais agressivos. O rastreamento do câncer de próstata é realizado com o exame de PSA e o toque retal. Ele deve ser individualizado para cada caso, e o acompanhamento deve ser discutido com o seu médico. Via de regra, é recomendado anualmente a partir dos 50 anos ou 45 anos em grupo de risco, ou antes, caso apresente algum sintoma urinário.
. De que forma o diagnóstico precoce impacta nas chances de cura e na qualidade de vida dos pacientes?
O tumor de próstata não costuma dar sintomas nos estágios iniciais. Quando descobertos nessa fase, as taxas de cura com tratamento com cirurgia ou radioterapia são maiores que 85%. Por isso, a importância do acompanhamento e diagnóstico precoce.
. Quais são os sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar um médico imediatamente?
Como o câncer de próstata geralmente é assintomático nas fases iniciais, é importante o acompanhamento anual com o seu médico urologista. Sintomas de dificuldade para urinar, sangramento na urina, vontade de urinar toda hora ou ter que levantar à noite são sintomas urinários que devem ser avaliados pelo especialista.
. Como o avanço da tecnologia tem ajudado a aumentar as taxas de cura do câncer de próstata?
Nos últimos anos têm surgido muitas tecnologias direcionadas para o tratamento do câncer de próstata, como o desenvolvimento da cirurgia robótica, novas tecnologias e tipos de radioterapias, com o objetivo de melhorar o tratamento e diminuir complicações dos procedimentos. Além dos lançamentos de novas drogas quimioterápicas e hormonais, que têm proporcionado aumento do tempo de sobrevida e alívio dos sintomas em doença mais avançada.
Comentários
Compartilhe esta notícia
Faça login para participar dos comentários
Fazer Login