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PM prende acusado de feminicídio no Jardim Caieiras

A Polícia Militar, por meio da companhia de Força Tática e da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas), prendeu, no início da tarde de ontem, o frentista acusado de ter matado a facadas a ex-companheira Luciana de Oliveira Camargo, de 42 anos, dentro da casa dela, no Jardim Caieiras, na noite da última terça-feira. A mulher foi morta na cozinha da residência com cerca de 4 facadas, inclusive na região do pescoço. Ela estava seminua, segundo apurou a Gazeta.

Luciana tinha chegado do trabalho a poucos minutos e esperava a filha, que chegaria da escola pouco depois. A prisão decretada pela 3ª Vara Criminal de Limeira deve durar 30 dias, mas a delegada do caso, afirmou que deve pedir a prisão preventiva, que é aquela sem prazo para terminar, nos próximos dias.

Desde o início da manhã de ontem, tanto PM, quanto Policia Civil estavam tentando localizar o frentista, que fugiu do local, em uma moto. Em diligências no local do crime, os investigadores Jô Lima e Sérgio Ramos localizaram uma testemunha que confirmou, em depoimento, que viu o frentista saindo da casa da mulher com a roupa suja de sangue. Com a confirmação da suspeita que a Polícia já tinha, a delegada da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Limeira, Talita Navarro representou pela decretação da prisão temporária do frentista. (veja box)

Paralelo ao trabalho da Polícia Civil, a PM de Limeira recebeu uma informação anônima, dando conta da localização do suspeito; uma casa na rua Sebastião Vagner Gonçalves, no Bairro da Geada. Equipes da Força Tática e da Rocam foram ao local e encontraram o frentista, que não esboçou reação. "Ele disse que 'a casa tinha caído' e que sabia porque estávamos lá", alegou o sargento PM Nadotti, que comandou a operação. Dentro do imóvel foram encontradas a faca que matou Luciana e uma bermuda que o frentista usava no momento do crime. Ambas apresentavam resquícios de sangue. A camiseta usada, o acusado disse ter jogado fora, Ele foi levado à especializada, onde ficou detido até a chegada da ordem judicial de prisão.

CONFISSÃO
Tanto para os policiais militares, ainda no local da prisão, quanto para a delegada, o frentista confessou o crime e alegou ter ingerido bebida alcoólica antes de procurar a ex-esposa, com quem tem uma filho, hoje, com 7 anos. No entanto, na DDM alegou não se lembrar de muitos detalhes do caso, pois estava em surto psicótico e embriagado e alegou que as discussões eram por causa do filho do casal. Segundo a delegada, ele não apresentou sinais de arrependimento e pouco falou durante o interrogatório oficial.

AMEAÇA
O filho de 7 anos foi o pivô de uma briga entre o casal, logo após a separação, em 2020. No dia 22 de outubro daquele ano, ela procurou a especializada, à época comandada pelo delegado Leandro Burger, para relatar que ambos haviam discutido por causa do filho. O frentista alegou que não aceitava que o menino conhecesse o então namorado da mãe, já que ele também tinha a guarda da criança, compartilhada com a vítima. Na oportunidade, Luciana foi orientada à representação da ameaça, mas o prazo legal de 180 expirou e o caso não foi levado à frente. Não havia medida protetiva expedida em desfavor do acusado.

Testemunha afirma que acusado já havia invadido casa de vítima

A Gazeta teve acesso ao depoimento de uma testemunha, cuja identidade será mantida em sigilo. A pessoa alegou conhecer parcialmente a rotina da casa da vítima, que sabia que o casal estava separado há 2 meses e alegou ter reconhecido o frentista como o homem que saiu da casa em uma moto, com a roupa suja de sangue. Ela disse que a filha da mulher chegou de van da escola e que o frentista teria aproveitado a abertura do portão para acessar a casa. A pessoa que conversou com a polícia disse que, minutos depois, ouviu gritos, mas que não imaginava ser da Luciana, já que há um bar próximo.

Em seguida, a filha de Luciana, que tem uma síndrome de Willians, que deixa a pessoa com atraso psicomotor, teria saído da casa gritando, pedindo ajuda, pois o acusado teria quebrado uma cadeira, batido a cabeça da vítima em uma mesa, a desmaiando. Além disso, a menina teria relatado que o frentista teria esfaqueado a mãe. Segundo essa testemunha, a garota ficava repetindo que havia visto tudo. Em seu depoimento, a testemunha disse que "no último sábado o autor invadiu a casa da vítima e a ameaçou". Disse também que "o autor já havia invadido a casa dela em outras ocasiões", relatou.

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