Moradores ainda ouvem promessas sobre passarela
Moradores do bairro dos Lopes, zona rural de Limeira, se reuniram, na terça-feira passada com os vereadores que compõe a Comissão de Obras e Serviços Públicos da Câmara Municipal e com o chefe do Poder Executivo, na sede da Prefeitura. Segundo a moradora do bairro, Marlene Crepaldi de Oliveira, o prefeito Mário Botion disse que precisa de verba, que viria do governo do Estado de São Paulo, para a construção da passagem, no quilômetro 138 da rodovia. Botion ainda teria relatado que entregaria, nesta quinta-feira, uma planilha de estimativa de custo para a comissão do Poder Legislativo, formada pelos vereadores Helder do Taxi, Francisco Maurino do Santos (Ceará) e Waguinho da Santa Luzia. Esse seria o "pontapé inicial", de acordo com o prefeito, para a construção da passarela. "O Botion disse que vai aceitar ajuda de qualquer deputado para conseguir dinheiro para a construção", ressaltou a moradora.
Em ata de uma reunião da comissão de obras da Câmara, na semana passada, os vereadores alegaram que a ex-vereadora Carolina Pontes, assessora parlamentar do deputado Rafael Zimbaldi, disse que "existe um processo protocolado na Artesp, que se refere à respectiva passarela. No entanto, é preciso que exista um projeto do Executivo protocolizado junto à AutoBan, para posterior aprovação, desde que adequado aos parâmetros técnicos. Quanto à disponibilização dos recursos, esclareceu que os recursos decorrentes das emendas parlamentares dependem, para sua liberação, da apresentação de projeto, sem o qual os recursos não serão liberados e retornarão para os cofres do governo", diz a ata, disponibilizada no site da Câmara.
PLANILHA
A Comissão da Câmara dos Vereadores confirmou à Gazeta que o prefeito entregou ontem a planilha, prometida na reunião de terça-feira. O documento prevê, mesmo sem projeto, que o custo da construção da passarela, em si, é de cerca de R$8 milhões. O encontro contou com a participação do deputado Rafa Zimbaldi, que se comprometeu tentar viabilizar o dinheiro para a realização do projeto por uma empresa especializada, que ficaria em cerca de R$ 210 mil. No entanto, por conta da lei eleitoral, esse dinheiro deve ser disponibilizado até o começo do mês que vem.
Os vereadores devem também enviar ao Palácio dos Bandeirantes, uma moção de apelo e pedir junto à concessionária, uma reunião. Isso porque, a AutoBan chegou a protocolar na Artesp, em 2018, um projeto para a construção, mas se nega a fazer, por alegar desequilíbrio financeiro do contrato. Além disso, a concessionária alega que não há demanda de pessoas que justificaria a construção da estrutura. Para a AutoBan, tecnicamente deve haver uma passagem de, pelo menos, 80 pessoas por hora para a estrutura. Esse número não foi atingido nos estudos feitos por ela no local.
O projeto da concessionária já existente contempla, além da estrutura em si, ponto de ônibus, faixa de recuo, asfaltamento, rua de acesso, entre outros. A ideia da Prefeitura é tentar negociar com a concessionária para o uso desse projeto para a construção apenas da estrutura de passagem de pedestre. Isso abreviaria o processo, mas, mesmo assim, levaria, no mínimo, mais seis meses. "Tá difícil, mas a gente não vai desistir", alegou o vereador Waguinho da Santa Luzia, integrante da comissão de obras. Já no bairro, Marlene alega se sentir desamparada pelos governos que passaram nos últimos 30 anos, período em que eles lutam para a conquista da travessia. "São 13 mortes, e até agora, ninguém conseguiu construir uma passarela, como se as questões técnicas valessem mais do que as vidas que a gente perdeu neste trecho", finalizou a moradora.
DEPUTADO
O deputado Murilo Félix também se manifestou sobre o assunto, por meio de nota. "Não fui eu quem pediu, mas agi para que esse assunto fosse retomado e concluído. No entanto, o prefeito não apareceu em nenhuma das reuniões que fiz com a Artesp desde fevereiro do ano passado. Esse descaso não foi comigo. Foi com a população que há 33 anos busca uma solução, foi com as outras autoridades, com o governo estadual que se colocou à disposição para ajudar Limeira a meu pedido. Quando eu assumi meu mandato, toda a negociação para a implantação da passarela estava paralisada porque não havia documentos da Prefeitura e nem projetos. Minha ação como deputado foi pedir para a Prefeitura fazer projetos para não perder recursos que eu já estava tratando com o governo estadual.
O trabalho de um deputado não é só pedir recurso. É evitar também que os recursos não se percam, como aconteceu na Fatec, na saúde. A passarela dos Lopes estava esquecida pelo prefeito. Eu fui para cima, eu cuidei. Eu pedi eficiência do Executivo e respeito com os familiares das 16 vidas perdidas no local. Não é hora de ficar dividindo representatividade e autoridade de ninguém. A união é o caminho para buscarmos os avanços que Limeira precisa”.
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