Registro de armas cresce 6 vezes em 3 anos no Brasil
O número de registros de certificados de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CAC) cresceu 473%, entre 2018 e 2021, segundo pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgada ontem. Com o certificado, a pessoa fica autorizada a portar armas de fogo. Em 2018, antes do governo do atual presidente Jair Bolsonaro, eram pouco mais de 117 mil registros. A proporção era de 56 a cada 100 mil brasileiros que possuíam autorização para andar armado. Atualmente, há mais de 673 mil registros, ou seja, 314 a cada 100 mil habitantes. O estoque de armas de fogo no Brasil soma cerca de 4 milhões. Segundo o Fórum, cerca de um terço destas armas estão irregulares ou com o registro expirado, o que dificulta o trabalho polícia e o rastreio da arma.
HOMICÍDIOS
O levantamento divulgado ontem também traz a informação que 1 a cada 5 homicídios cometidos no mundo, ocorreu no Brasil. O país tem 2,7% da população do planeta e 20,4% das mortes violentas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso, o Brasil ocupa o posto de oitavo país mais violento do mundo. Mesmo com esse índice, em 2021, o Brasil registrou uma queda de 6,5% de mortes violentas intencionais. É o patamar mais baixo de 2011. A pesquisa ainda aponta que 77,9% das vítimas de mortes violentas no Brasil são negras, 50% tem entre 12 e 29 anos de idade e 91,3% são homens.
Quando as vítimas são mulheres, o perfil não é tão diferente. O Fórum divulgou que o Brasil teve 1.341 feminicídios em 2021, queda de 1,7%, se comparado a 2020. Em 81,7% de crimes com essa característica o principal autor é o companheiro ou o ex-companheiro da vítima. Em 65% dos casos, a mulher morre dentro de casa. Em mais de 60% também, a vítima é negra e tem entre 18 e 44 anos.
SP tem a menor taxa de mortes violentas do país
O estado de São Paulo registrou a menor taxa de mortes violentas do Brasil, de acordo com o 16º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (28). O estudo compara os índices de 2021 e aponta que São Paulo é o estado com as menores taxas de casos e de vítimas de homicídios dolosos do país. De acordo com a publicação, São Paulo fechou o ano passado com 5,8 casos e 6,1 vítimas de homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes - índices que são três vezes menores que a taxa nacional, com 18,1 casos e 18,7 vítimas para cada grupo de 100 mil habitantes.
Em números absolutos, foram 2.893 casos em 2020 contra 2.713 em 2021, redução de 6,2%. O número de vítimas passou de 3.038 (2020) para 2.847 (2021), queda de 6,3%. Nos índices de mortes violentas intencionais, que englobam vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora, o resultado é semelhante. São Paulo permanece no fim da lista, com 7,9 casos por 100 mil habitantes. O índice também é quase três vezes menor que a média nacional, que registrou 22,6 casos por 100 mil habitantes.
Em análise relacionada às capitais, o anuário apontou que a cidade de São Paulo apresentou a menor taxa de vítimas de homicídios dolosos do país. Em 2021, foram 4,9 mortes a cada grupo de 100 mil habitantes no município. A média de todas as capitais do Brasil, no ano passado, ficou em 17,5 a cada 100 mil habitantes.
Além disso, a capital paulista também se sobressaiu no indicador de mortes violentas intencionais, apresentando a menor taxa. Foram 7,7 por 100 mil habitantes, 2,8 vezes menor em comparação à média das demais capitais, que foi de 21,7. (Redação)
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