“Agora, só pensamos em enterrar o Cebola”, diz irmão de técnico
A Gazeta conversou com o Anderson Camillo, irmão de Tiago Alessandro Camillo, de 40 anos. “Cebola”, como era mais conhecido. Anderson Camillo, disse que, agora, o pensamento da família é comprovar, de forma definitiva, que o corpo localizado no porta malas do carro de Tiago, no sábado de madrugada é mesmo do técnico em refrigeração. “A gente não tem mais nenhuma esperança de que ele volte”, ressaltou o irmão. “Agora, queremos tirar ele de lá [IML] e poder enterrá-lo.
A família esteve na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), na segunda-feira, para conversar com o delegado titular da unidade, Leonardo Burger. Aos familiares, a autoridade policial disse que para que não seja necessário o exame de DNA, precisa de uma prova definitiva da identidade do corpo, que ficou parcialmente carbonizado com as chamas que atingiram o veículo de Tiago.
Familiares foram atrás do último dentista que Tiago frequentou para tentar reconhecê-lo pela arcada dentária. “O problema é que o dentista tem o prontuário dos últimos dois anos. E já fazia mais que ele [Cebola] não ia lá”, alegou Anderson. Durante buscas por algum documento na casa de Tiago, o irmão encontrou uma radiografia de quando Cebola sofreu uma fratura no úmero (osso do braço) direito. O técnico teria sofrido uma queda jogando futebol há alguns anos e teria colocado uma placa no osso. “O delegado disse que precisa do número de série da placa. Agora, estamos buscando o prontuário no hospital para tentar ver se a gente consegue o número”, disse o irmão. Caso não consiga evidências de que o corpo é mesmo de Cebola, a família terá de esperar o exame de DNA ficar pronto para poder sepultar o técnico, ainda tido como desaparecido para a polícia. O exame é feito em São e deve ficar pronto em algumas semanas.
A Polícia Civil já retirou material genético do corpo carbonizado para o confronto, no entanto, nenhum familiar ainda foi chamado para fornecer amostra. A equipe da delegacia especializada continua investigando o caso. O delegado disse a Anderson que as investigações estão avançadas, mas não deu nenhum detalhe do caso. “A gente percebe que eles estão querendo dar respostas. Estão todos empenhados na delegacia para identificar e localizar os assassinos do meu irmão”, disse o familiar.
Outro problema enfrentado pela família é a propagação de notícias inverídicas. “A gente sabe que todos estão falando de crime passional e não podemos descartar essa hipótese. Mas, é duro entrar nas redes sociais e ver um monte de besteiras que estão escrevendo. Preferi me afastar para não me machucar mais com isso. Aliás, esse foi um pedido do próprio delegado: que a gente não acredite em nada que falarem e procurá-lo em caso de dúvidas”, frisou Anderson.
O corpo de Tiago apresentava um ferimento compatível com projétil de arma de fogo no peito e a cabeça machucada. O médico legista disse para a família que não havia sinais de tortura e que a vítima foi colocada no porta malas já sem vida.
CRIME
O corpo, que a família acredita ser de Tiago, foi encontrado dentro do porta malas de um carro, que havia sido incendiado no canteiro lateral da avenida Dr. Antônio de Lunna, no Jardim Lagoa Nova. A PM foi chamada durante a madrugada do sábado para atender o caso de um carro em chamas. Depois de os bombeiros apagarem o incêndio, o corpo foi localizado. Familiares, que haviam procurado o plantão policial para registrar o caso, teriam reconhecido roupas da empresa em que Tiago trabalhava. No entanto, como não foi possível a identificação visual, a Polícia Civil determinou que o corpo passasse por exame de confronto genético.
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