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Comerciante encontra cadela na porta de loja na Costa e Silva

A Gazeta acompanhou ontem o dilema de um comerciante, que pediu anonimato, que tem sua loja instalada na Avenida Marechal Artur da Costa e Silva, em busca de ajuda para uma cadela que apareceu no local, na manhã de ontem. Ao chegar, ele percebeu a presença do bicho que parecia estar sofrendo dores. Com um corte profundo na parte da frente da cabeça e com ferimentos pelo corpo, a cadela procurou abrigo no recuo de estacionamento do comércio, provavelmente durante a madrugada. Sem condições financeiras de ajudar, o comerciante ligou para o Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal e disse ter encontrado dificuldades na tentativa de socorro.

A falta de comunicação efetiva sobre os procedimentos a serem tomados a partir daí, pode ter sido o entrave da situação. O departamento queria que o homem assinasse um documento que o responsabilizaria pelo animal depois de ele ser tratado pelo Poder Público. Uma lei municipal de 2003 obriga que trate o animal e que esgote as possibilidades de doação. No entanto, o texto também determina que o Poder Público “reinsira o animal no meio da comunidade local, dando preferência à localidade de sua origem”. Quer dizer que a lei fala que eu não posso abandonar o cachorro, mas o Poder Público pode? A lei fala isso? ”, questionou o comerciante que se negou a vincular o nome dele (e da loja) ao animal.

“Nunca vi esse cachorro. Como eles querem que eu me responsabilize pelo animal”?. Para a reportagem em uma rádio local, o departamento alegou que o documento não era um termo de responsabilidade, mas apenas uma “solicitação de socorro” e que o comerciante não teria o nome vinculado ao animal depois do socorro. Após tratado, o cão é micro chipado como “errante” e é devolvido ao local de onde ele foi retirado. Com as garantias de que ele não seria responsabilizado por qualquer “erro” do animal, o comerciante decidiu assinar. “Se é só para cumprir a burocracia, manda trazer o papel que eu assino. Não quero que essa coitada sofra mais. Ela vai morrer aqui”, relatou ele.

Mais tarde, o comerciante entrou em contato com a reportagem para relatar que uma clínica veterinária foi ao local e resgatou a cadela. A Gazeta tentou contato com a clínica e com a Prefeitura, mas não obteve sucesso. “Pelo menos agora ela está sendo tratada e eu torço para que ela se recupere”, finalizou o comerciante.

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