Limeira tem 84% de mortes violentas esclarecidas
Levantamento feito pela reportagem, no acompanhamento diário de ocorrências policiais, mostra que Limeira teve, de janeiro de 2021 a julho de 2022, 19 ocorrências de mortes violentas, entre homicídios, latrocínios (roubo seguido de morte) e feminicídio (crime contra a mulher pela sua condição). Destes, apenas 3 não foram esclarecidos pelas forças de segurança. Em alguns casos o autor está foragido, mas já foi identificado.
2021
No ano passado foram 12 casos: sete casos de homicídios, três feminicídios e dois latrocínio. Destes, em quatro, os autores foram presos em flagrante. Foi o caso que envolveu a morte de Natanael Ferreira da Silva, de 46 anos, morto a facadas pelo irmão, em 1 de janeiro. Foi a própria mãe, testemunha ocular do crime que denunciou o filho à polícia.
Em 16 de maio, a PM prendeu em flagrante Feliciano Rodrigues Candido Neto, logo após ele matar a esposa, Samara Schutz Cândido, de 35 anos, dentro da casa do casal. A discussão teria ocorrido por conta de uma partida de futebol. Meses depois, Neto foi encontrado morto dentro da cela onde cumpria pena, com indícios de suicídio.
A PM também prendeu um homem que matou Carlos Freitas dos Santos, de 38 anos, no Jardim novo Horizonte, em 21 de outubro. ‘Sebinho”, como era conhecido a vítima, fazia sexo com a ex-companheira do autor, que flagrou ambos na cama, ao chegar na casa dela. O último caso de flagrante também foi o último do ano, ocorrido na manhã do dia 25 de dezembro. Miriam da Silva Cunha foi morta pelo companheiro depois de uma discussão por causa de um celular. Ele jogou um líquido inflamável na vítima e ateou fogo. A GCM o deteve ainda no interior da residência e a vítima morreu no final de janeiro de 2022.
O caso que mais chamou a atenção no ano passado e que também foi esclarecido, foi o latrocínio envolvendo o professor Jorge Luís de Almeida. Horas depois do crime, o autor do disparo e um comparsa que não estava no local no momento do crime morreram em confronto com policiais militares do Baep. O comparsa do atirador foi condenado recentemente a 39 anos de cadeia.
Apenas o caso de um homem encontrado sem vida dentro de casa no Jardim Novo Horizonte, em março, e de um homem que foi morto em uma estrada rural em 7 de novembro ainda não foram esclarecidos. Os outros cinco casos, entre eles o latrocínio de um empresário dentro de uma lotérica e um terceiro feminicídio, também foram esclarecidos.
2022
Neste ano, foram registrados cinco crimes de homicídio e dois feminicídios. Por coincidência, o primeiro caso de morte violenta também envolveu dois irmãos. Neste caso, o autor foi pego no mesmo dia pela PM, mas foi liberado do plantão policial. Em fevereiro, um agente da GCM matou a tiros um barbeiro, de 30 anos, após pegar a vítima fumando maconha com a esposa. Após o crime, o servidor público foi para casa, onde foi preso por colegas e pela PM momentos depois, dormindo.
Os dois feminicídios, ocorridos em fevereiro e junho também foram esclarecidos. No caso de junho, um idoso de 71 anos foi preso após cravar uma faca nas costas da companheira, na zona rural de Limeira. No mês passado, dois casos: o do ‘Cebola’, encontrado morto dentro do porta malas do carro dele. O veículo foi incendiado pelo dono de um bar no Ernesto Kuhl, que pouco antes, havia dado um tiro no peito da vítima. O caso mais recente ocorreu no domingo da semana passada, quando um homem, de 43 anos, foi morto por um vizinho, após uma briga na porta de um bar. O ator fugiu da cena do crime, mas foi preso pela PM horas depois, no Jardim Nova Limeira. O único caso sem solução, em Limeira neste ano é a morte de um homem, de 62 anos, encontrado morto dentro do quintal da residência dele, no Jardim São Simão. O local é uma residência coletiva e a polícia não conseguiu levantar testemunhas do caso. Todos os casos seguem sob investigação da Polícia Civil.
Defesa pedirá absolvição de mulher, pivô da morte de Cebola
A defesa da dona de casa, de 30 anos, apontada como a pivô da morte do técnico em refrigeração Tiago Alessandro Camilo, de 40 anos, acredita ter provas suficientes para absolver a mulher do crime de ocultação de cadáver. A declaração foi dada pela advogada dela, em entrevista à Gazeta.
A mulher foi presa no dia 7 de julho, cinco dias depois do crime, ocorrido dentro de um bar, no Residencial Ernesto Kuhl. O relatório final do delegado responsável pela investigação do caso, aponta para a coparticipação dela no crime, já que a mulher teria presenciado a morte da vítima e ido buscar o autor na região do Jardim Lagoa Nova, depois de o carro de ‘Cebola’ ter sido incendiado com o corpo dele no porta malas.
Ela não contou o que sabia sobre a morte, mesmo depois da fuga do suspeito, que ocorreu horas depois do crime. O delegado chegou a pedir a conversão da prisão temporária dela, em preventiva, o que foi negado pelo Ministério Público e pela Justiça. Com isso, ela foi colocada em liberdade no último dia 2, conforme mostrou a Gazeta.
Segundo a advogada, o filho da mulher, escreveu uma carta relatando que a mãe foi obrigada a ir ao local do crime e ameaçada pelo amásio, o principal acusado do crime. No texto, que já foi anexado aos autos, o adolescente cita que o autor do crime teria dito que se ela não o ajudasse, seria morta, junto com o filho. A dona de casa nunca tinha registrado um boletim de ocorrência, mas alegou que já foi agredida várias vezes e ameaçada com uma arma. “Até hoje, ela fala que tem carro que passa na frente da casa dela. Ela fez tudo de maneira forçada. Deve haver uma investigação pela ocultação, mas eu vou bater na tecla de que ela estava sendo ameaçada constantemente e vítima de violência doméstica”, finalizou a advogada.
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