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Pais denunciam garoto armado dentro de escola em Limeira

Pais de alunos de uma escola estadual de Limeira procuraram a reportagem da Gazeta na segunda-feira, após a divulgação da prisão de um adolescente de 15 anos por disseminação de crimes cibernéticos. Eles relataram uma situação ocorrida na unidade escolar na quinta-feira da semana passada. A mãe de uma aluna, que preferiu não se identificar, informou que sua filha relatou que um aluno do 7º ano do Ensino Fundamental chegou à escola alegando estar armado com uma faca de açougueiro e duas garrafas de vidro.

Segundo a denunciante, o garoto teria manifestado a intenção de atacar uma colega e uma funcionária da escola. A motivação seria a recusa da menina em cumprir alguns desafios que ele havia imposto. Outros pais também entraram em contato com a reportagem, alegando que o jovem teria levado a faca para a aula sob a justificativa de ser vítima de bullying, mas que não teria ameaçado ninguém. Diante do ocorrido, o aluno foi retido na diretoria, e seus pais foram chamados. Conforme o diretor, o estudante foi suspenso e será transferido de escola.

Em comunicado enviado aos pais por WhatsApp, o diretor informou sobre “uma situação disciplinar incomum envolvendo um aluno”. A mensagem prossegue afirmando que, “visando a manutenção do ambiente saudável e positivo, bem como a preservação da integridade física e emocional de todos, a direção da escola agiu imediatamente, convocou os pais, suspendeu o aluno, e não haverá retorno, visto que ele será transferido”, conclui o comunicado.

“Eu, como mãe de aluna, sinto-me na obrigação de avisar os outros pais sobre o que aconteceu na quinta-feira na escola. É importante que estejamos em alerta, ainda mais depois da prisão (apreensão) que ocorreu segunda-feira na cidade. Com a transferência dele, outras crianças correm risco”, enfatizou a mãe denunciante, mencionando que o adolescente apreendido por crimes cibernéticos e o ex-aluno da escola frequentavam a mesma plataforma online.

OPERAÇÃO ADOLESCÊNCIA SEGURA
Segundo o Ministério da Justiça, a operação Adolescência Segura desarticulou uma organização criminosa que praticava crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária de maiores de idade e sete de internação provisória de adolescentes infratores. A ação contou com a colaboração das Polícias Civis de Goiás (GO), Mato Grosso do Sul (MS), Minas Gerais (MG), Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC) e São Paulo (SP), além do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Limeira enviou equipes a Guaianases, na capital paulista, para apreender o adolescente de 15 anos, identificado como um dos participantes de um servidor onde dois gatos foram sacrificados com extrema crueldade.

A investigação teve início após um ataque a um morador de rua no Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano. Um adolescente e um adulto foram identificados por terem lançado coquetéis molotovs contra o homem, que aparentava estar dormindo em uma calçada. A vítima permanece internada devido a queimaduras em grande parte do corpo.

Durante as investigações, a polícia identificou um grupo criminoso que se comunicava principalmente por meio de plataformas criptografadas como Discord e Telegram, além de redes sociais populares. Eles utilizavam esses canais para aliciar adolescentes e incentivá-los a práticas de automutilação coletiva, crueldade contra animais, incitação ao ódio e discussões sobre possíveis ataques violentos. Os criminosos promoviam competições internas e ofereciam recompensas para estimular a participação ativa nas atividades ilícitas. Os investigados responderão por crimes como associação criminosa, indução ou instigação à automutilação, maus-tratos a animais, entre outros, cujas penas podem ultrapassar 10 anos de prisão.

EDUCAÇÃO
Em nota, a Diretoria de Ensino de Limeira repudiou a incitação à violência dentro ou fora das escolas e confirmou o ocorrido. Segundo a pasta, o aluno será afastado por três dias e acompanhará as aulas remotamente. Além disso, será transferido da unidade a pedido dos pais. Um boletim de ocorrência foi registrado, e o Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar a situação. O comunicado concluiu informando que todo o suporte está disponível para o estudante, com atendimento de um profissional do Programa Psicólogos nas Escolas.

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