Engenheiro Coelho: história da eterna “Guaiquica”

Engenheiro Coelho
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TIPOGRAFIA

Engenheiro Coelho completa hoje 32 anos de emancipação, quando deixou de ser distrito de Artur Nogueira. Embora fosse município formalmente a partir de 1º de janeiro de 1993, com início do exercício de prefeito eleito, para a comemoração do aniversário foi adotada a data de hoje, dia do plebiscito em que os moradores decidiram pela emancipação, em 1991.

No livro “Retratos de Engenheiro Coelho”, os autores, Edison Fávero e José Eduardo Heflinger Jr relatam que por volta de 1887 instalaram-se os primeiros imigrantes, entre eles as famílias Hereman, Haeck e Firz e posteriormente chegaram os Krebsky, Hornhardt, Nimptz e Müller. Em 1901, os Heremans compraram uma área de terra na “Guaiquica” (nome da região que deu origem à denominação da fazenda adquirida pela família).

Eles desbravaram as matas (300 alqueires) para o cultivo do café, construíram as primeiras casas, as instalações da fazenda e as moradias dos colonos, tudo em madeira. Com o passar dos anos e passando as demais gerações, a família produzia e exportava o café, além de outros produtos. Os Hereman foram implementando equipamentos necessários à manutenção da fazenda e desenvolvimento. Foram instalados moinho, máquinas, barracão, serraria, olaria, oficina, armazém, escola e silos para o armazenamento dos produtos agrícolas.

As cinco colônias da fazenda eram conhecidas por Colônia da Sede, Colônia da Olaria, Colônia do Meio, Colônia da Fábrica de Farinha e a Colônia da Guaiquica, onde existiam a oficina de ferramentas agrícolas, três residências em seu entorno, o armazém, os barracões que serviam para depósito, além da primeira farmácia e a primeira sala de aula da escola da fazenda, com uma casa ao seu lado. Essa colônia foi a célula–mater à formação do atual núcleo urbano, denominado Engenheiro Coelho.

FERROVIA

Pedro Hereman conseguiu a alteração do traçado da ferrovia (ramal da Funilense /Sorocabana), de maneira que ela passasse pelo interior da fazenda, de forma que todas as colônias ficassem em sua proximidade. Em 1912, foi construída a estação da estrada de ferro na Colônia Guaiquica, que passou a ser conhecida pelo mesmo nome da colônia e, a partir de 27 de agosto de 1923 denominou-se “Engenheiro Coelho” em homenagem ao Dr. Afonso Constante Coelho que, durante muitos anos, exerceu o cargo de fiscal da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí.

Conforme relatos, Pedro Hereman foi um excelente administrador e incentivador da educação. Ele construiu e viabilizou a operacionalização de uma sala de aula, vinculada ao Município de Mogi Mirim, denominada Escola Rural da Guaiquica, administrada pela Secretaria Estadual de Educação. Ele faleceu em 23 de julho de 1932.

DESENVOLVIMENTO

Conforme os depoimentos de antigos moradores, no início da década de 1920, Ítalo Francischetti e seus filhos abriram uma carpintaria em uma oficina alugada da Fazenda Guaiquica (São Pedro). Já por volta de 1930, a Fazenda ganhou uma segunda sala de aula do Grupo Escolar e da Capela São Pedro, inaugurada em 29 de junho de 1936. Para essa última empreitada ele contou com a ajuda da comunidade.

Até então, Engenheiro Coelho não passava de uma das colônias da Fazenda Guaiquica (São Pedro), sem nenhuma perspectiva de desenvolvimento. A partir de 1936, com a construção da estrada de Rodagem de Limeira a Mogi Mirim, que passava ao lado da colônia, e da Estrada de Rodagem de Engenheiro Coelho a Artur Nogueira, ligando-se com Cosmópolis (1937) esse quadro modificou-se. No cruzamento dessas rodovias e ferrovias foi construído um grupo de edificações por Amin José Flaifel.

Antigos moradores lembram-se do Guaiquica Futebol Clube, dirigido por Rached José Flaifel, extinto por volta de 1937. Nessa época, foi criado o Paulista Futebol Clube, cujo campo ficava ao lado da estrada de rodagem, onde permaneceu até o início da década de 40. Aproximadamente em 1937/38, Amin José Flaifel e Adolfo Nimptz puxaram a primeira linha de energia elétrica rural.

Em 1944, a Fazenda Guaiquica foi vendida para os senhores Sérgio Alves e Augusto Mirandola. No ano seguinte, parte da Fazenda foi comprada pela Família Forner. Essa área englobava a sede da fazenda, as benfeitorias e as culturas principais, consistindo em vinte e oito casas simples, oito duplas para alojar colonos, cinquenta mil cafeeiros, sete mil laranjeiras, vinte mil eucaliptos e vinte alqueires de mata.

O restante da Fazenda Guaiquica foi aos poucos sendo adquirida pelos moradores da região. Ainda no ano de 1945, foi instalada a energia elétrica na rua principal do loteamento e a iluminação pública em 1947/48. Nessa época, ocorreu uma significativa movimentação na vida urbana de Engenheiro Coelho, através da intensificação das atividades comerciais e de serviços.

A partir de 1950 o crescimento da povoação se deu em ritmo lento, sendo que o grande destaque foi o loteamento implantado em 1954 pelo Sr. Pedro Forner. No início da década de 1960, ocorreu a inauguração da Escola Estadual Antonio Alves Cavalheiro e foram iniciadas as obras para construção da Igreja São Pedro.

POLÍTICA

A partir de 1977, com a eleição do prefeito Rubens da Silva Barros Engenheiro Coelho passou a receber maior atenção do Executivo Municipal. Nesse período, ocorreu a eletrificação e iluminação, com a substituição das lâmpadas incandescentes por luminárias à base de mercúrio, foi construído o trevo de acesso ao núcleo urbano, empreendida a pavimentação de ruas com guias e sarjetas, a construção da Estação de Tratamento de Água e a prospecção de mais um poço artesiano.

Também foi construído o emissário de esgoto, providenciada a implantação da telefonia automática (sistema DDD e DDI) e do Posto Policial, instalado o Posto de Saúde, assim como foi estimulada a abertura de uma agência do Banco Brasileiro de Desconto (Bradesco) e do serviço bancário da Caixa Econômica Estadual.

 

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