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GLADIADOR II – Ridley Scott firme no comando

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Ridley Scott é um dos mais bem-sucedidos diretores de cinema da atualidade, ainda muito ativo nos seus 86 anos. Acaba de chegar aos cinemas o drama épico “Gladiador II”, continuação de um dos maiores sucessos do diretor, “Gladiador”, obra do ano 2000, indicado em 12 categorias do Oscar 2001, vencendo em 5, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator para Russell Crowe. Scott foi indicado, mas não levou. Aliás, ele já obteve três indicações, mas não venceu em nenhuma das vezes. Nada tira o brilho de sua carreira, que inclui maravilhas como “Blade Runner – O Caçador de Androides”, de 1982, um dos melhores filmes de ficção científica de todos os tempos, “Thelma e Louise”, “Alien, o Oitavo Passageiro”, e muitos outros como os recentes “Napoleão” ,  “Casa Gucci” e “O Último Duelo”.

“Gladiador II” continua a história de Maximus (Russel Crowe), herói romano morto por seu tio (Joaquin Phoenix), agora através de Lucius, que ainda menino precisou fugir do Império Romano; Lucius retorna a Roma, após um longo período de escravidão que o levou a se tornar um exímio e vitorioso gladiador, posição que o traz de volta ao Império, movido pela raiva e pelo desejo de devolver ao povo romano o respeito que lhe foi roubado.

Desde o início vemos a grandiosidade do longa de Scott, com todos os requisitos de uma superprodução histórica, um tipo de filme épico que não se vê com tanta frequência desde que os blockbusters passaram a privilegiar obras baseadas em super-heróis de histórias em quadrinhos. Houve uma época em que esse gênero era muito cultivado, como nos anos 1950 e 1960, quando surgiram , entre outros grandes filmes, “Os Dez Mandamentos”, “Ben-Hur”, “Spartacus”, “El Cid”, “O Rei dos Reis” ,todos campeões de bilheteria.

O primeiro “Gladiador” foi grande sucesso de público e crítica. Suas doze indicações ao Oscar são um bom retrato da aceitação do filme de Scott; agora, novamente com ele na direção, “Gladiador II” pode bem repetir sua performance no Oscar 2025, pois o longa tem boas chances de cravar indicações nas categorias de Melhor Filme, direção , montagem, direção de arte (desenho de produção), figurinos, fotografia, trilha sonora, som, efeitos visuais  e ator coadjuvante para Denzel Washington. Não seria pouco. Muita coisa mudou para que fosse possível este segundo filme, pois o avanço da tecnologia em mais de duas décadas permitiu a Scott fazer o que não conseguiu antes.

Dentre as qualidades de “Gladiador II”, destacam-se a trilha sonora de Harry Gregson-Williams, que inclui o icônico tema criado por  Hans Zimmer, os efeitos visuais que permitem uma visualização assombrosa do Coliseu, a interpretação magnífica de Denzel Washington como o cínico Macrimus e cenas ágeis de lutas e batalhas, como a magistral sequência inicial.

Em alta atualmente no cinema mundial, os atores Paul Mescal , que interpreta o protagonista Lucius, e Pedro Pascal (Marcus Acacius), dão conta do recado num momento importante de suas carreiras, ambos com grande visibilidade no cenário cinematográfico internacional. Mescal, ator irlandês,  fez grande sucesso de crítica com os dramas intimistas “Aftersun” e “Todos Nós Desconhecidos” (All of Us Strangers), ambos disponíveis no streaming. Já Pedro Pascal, chileno naturalizado americano, ganhou notoriedade ao interpretar a personagem principal, Joel,  da série da HBO, “Tha Last of Us”, um grande sucesso.

Paul Mescal e Pedro Pascal dão novo impulso a suas carreiras neste “Gladiador II”, já indo muito bem nas  bilheterias em todo o mundo. Connie Nielsen, como Lucilla, e Derek Jacobi como o Senador Gracchus, são dois que estiveram no primeiro filme e retornam neste segundo.

“Gladiador II” é uma boa opção entre os lançamentos nos cinemas neste mês de novembro, mas fica uma observação: precisa ser visto numa sala com boas condições técnicas, principalmente de som. E legendado, claro. Não dá para desperdiçar as qualidades  de uma superprodução como essa numa sala ruim, com o filme dublado e som de péssima qualidade. Aí a diversão vira sofrimento.

GLADIADOR II – Drama épico dirigido por Ridley Scott, com Paul Mescal, Pedro Pascal, Denzel Washington e Connie Nielsen – em cartaz nos cinemas.

Cotação: ****ÓTIMO

 

 

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