2025 - Entre Nós, Por Nós
2025 - Entre Nós, Por Nós
Primeiro domingo de 2025 e, como sempre acontece no início de ano, somos inundadas por mensagens sobre metas, resoluções e listas de objetivos. Não há nada de errado com isso, claro. Renovar as esperanças e traçar caminhos para o futuro é essencial. Mas, ao refletir sobre 2025, me pergunto: será que as metas que estabelecemos para nós mesmas levam em conta o que realmente precisamos ou o que nos foi imposto?
Como mulheres, somos constantemente empurradas para atender expectativas que nem sempre refletem nossos desejos. Seja o corpo "ideal", o sucesso profissional "exemplar", ou o equilíbrio perfeito entre carreira e família, o peso dessas cobranças pode ser exaustivo. Este ano, quero propor algo diferente: que 2025 seja um ano em que nossas metas sejam verdadeiramente nossas.
O que significa criar metas para nós mesmas? Significa nos ouvir. Talvez sua meta seja descansar mais, algo que muitas vezes é visto como "preguiça" em uma sociedade que glorifica a produtividade. Talvez você queira dizer "não" mais vezes, colocar limites que protejam sua saúde mental. Ou talvez seja o ano de buscar algo novo — aprender uma habilidade que sempre desejou, mas nunca teve tempo ou coragem.
Para mim, uma das principais reflexões deste novo ano é sobre a solidariedade entre nós, mulheres. Vivemos em um mundo que insiste em nos colocar umas contra as outras. A competitividade, muitas vezes fomentada pelo patriarcado, nos afasta. Que 2025 seja o ano em que derrubamos barreiras e nos aproximamos. Pode começar com pequenos gestos: apoiar a amiga que está tentando um novo projeto, comprar de empreendedoras locais ou até simplesmente oferecer um ouvido atento a quem precisa desabafar.
É claro que também precisamos olhar para o coletivo. Muitas de nós sonham com um mundo mais justo, mas, na correria do dia a dia, podemos nos sentir impotentes diante de tantas injustiças. Ainda assim, pequenas ações têm grande impacto. Participar de grupos de apoio, envolver-se em causas sociais, educar-se e educar os outros sobre questões feministas são passos concretos para transformar não só nosso ano, mas também a sociedade.
E sobre os desafios que inevitavelmente virão? Porque, sejamos honestas, 2025 não será perfeito. Ainda enfrentaremos desigualdade, machismo e outros obstáculos. Minha sugestão é que, ao invés de buscar a perfeição, busquemos a resiliência. Lembrar que não estamos sozinhas e que cada passo — por menor que pareça — conta.
Então, ao invés de uma lista tradicional de resoluções, que tal um pacto? Um pacto consigo mesma e com as mulheres ao seu redor: de ser gentil consigo mesma, de apoiar outras mulheres e de lutar, no seu ritmo e à sua maneira, por um mundo melhor. Que em 2025, sejamos as protagonistas de nossas histórias, guiadas por nossos valores e nossos desejos.
E para inspirar esse começo de ano, quero indicar um livro que considero essencial: O Mito da Beleza, de Naomi Wolf. Publicado há mais de 30 anos, mas ainda extremamente atual, o livro desmonta os padrões irreais impostos às mulheres e nos ajuda a refletir sobre como esses ideais afetam nossa autoestima e nossas escolhas. Uma leitura poderosa para quem deseja começar 2025 com mais consciência e liberdade.
Que 2025 seja um ano de transformação, coragem e, acima de tudo, autocuidado. Estamos juntas.
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