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E a dengue?

Elis Monfardini | elisandra@gazetadelimeira.com.br

 

Os números da dengue em 2024 foram alarmantes. No Brasil, foram mais de 6,6 milhões de casos confirmados com mais de 6 mil mortes. O coeficiente de incidência da dengue foi de 3.193,5 casos para cada 100 mil habitantes.

 

Na região, o cenário não é diferente. Limeira registrou aumento de 97,6% nos casos confirmados, saltando de 579, em 2023, para 1.144 em 2024. Mas é nos municípios vizinhos que o impacto se revela ainda mais drástico. Em Artur Nogueira, o crescimento foi de quase 3.000%, passando de 53 para 1.637 casos. Em Iracemápolis, os registros saltaram de 21 para 1.078, um aumento de mais de 5.000%. A progressão é assustadora e reforça a necessidade de uma ação efetiva, tanto das autoridades quanto da população.

 

Ainda que o avanço da vacinação represente um alento na redução dos casos graves, o controle da dengue continua a depender, em grande parte, de medidas preventivas. Ações simples, como evitar o acúmulo de água parada, são fundamentais. Mas não é o suficiente. A pergunta que fica é: e os nossos governantes?

 

O combate à dengue vai muito além da conscientização individual. Ele exige fiscalização rigorosa de imóveis abandonados, limpeza de áreas públicas, investimento em campanhas educativas, aplicação da vacina em larga escala e ações integradas para controle do Aedes aegypti. O que temos visto é um esforço tímido frente à gravidade da situação.

 

É evidente que a população precisa fazer sua parte, mas cabe ao poder público liderar essa batalha. Afinal, não podemos normalizar estatísticas tão trágicas. Não podemos nos acomodar enquanto vidas são perdidas por uma doença evitável.

 

Seja em Limeira, na região ou no país, a dengue é uma preocupação coletiva. O mosquito não escolhe classe social, bairro ou cidade. Combater a dengue é proteger vidas, e essa responsabilidade precisa ser assumida por todos.

 

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