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Jolie, Kidman e Craig : Talento, coragem e sexo, muito sexo

Por José Farid Zaine

@farid.cultura

MARIA CALLAS

Pablo Larraín, o diretor chileno de “No”, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2013, completou em 2024 sua “trilogia de divas” com “Maria Callas” (Maria), sendo os dois primeiros “Jackie”, de 2016, sobre Jackeline Kennedy, e “Spencer”, de 2016, sobre a Princesa Diana. Em “Maria Callas” Larraín mostra a fase final da vida da maior cantora de óperas de todos os tempos, considerada de gênio difícil, o que foi desmentido por seu fiel funcionário Ferrucio, no filme interpretado pelo ator italiano Pierfrancesco Favino. Com uma infância terrível, com a mãe a obrigando a cantar e  a se vender para soldados na Segunda Guerra, Callas foi privilegiada pela natureza com uma voz maravilhosa e uma capacidade inigualável de interpretar as mais dramáticas personagens de óperas famosas. Ganhou o mundo com seu talento, mas teve uma vida amorosa complicada, principalmente por seu tumultuado relacionamento com Aristóteles Onassis, o milionário magnata grego com quem se uniu após se divorciar de seu marido e empresário, G.B.Meneghini. Angelina Jolie dá conta de interpretar a grande cantora, e segura todo o longa de Larraín com sua presença magnética, compondo uma Callas melancólica e sofrida nos últimos dias de sua vida, quando já havia perdido boa parte do poder de sua voz. O talento e a coragem de Jolie a levaram a esse papel, pelo qual foi indicada ao Globo de Ouro de atriz em drama, perdendo para Fernanda Torres. Jolie ainda é um nome muito forte para uma indicação ao Oscar.

Maria Callas (Maria) – Dirigido por Pablo Larraín, com Angelina Jolie – nos cinemas, incluindo os de Campinas.

Cotação : ****MUITO BOM

BABYGIRL

Outra atriz que vem marcando presença em praticamente todas as premiações da temporada é Nicole Kidman, em “Babygirl”. Ela também foi indicada ao Globo de Ouro em que Fernanda Torres se saiu vitoriosa. Kidman está muito bem como Romy, uma bem-sucedida CEO com uma sólida e respeitada carreira em uma grande empresa. Tudo parece ir muito bem, embora desde o início do filme o público já saiba que, no casamento com Jacob (Antonio Banderas), as coisas não andam tão bem assim, e ela só atinge o orgasmo se masturbando vendo filmes pornográficos. Na empresa, ela se envolve com um estagiário muito mais jovem que ela, Samuel (Harris Dickinson) e a busca pelo prazer que nunca conheceu a conduz a uma tórrida e perigosa aventura sexual. Madura e com passagens por um filme de tema semelhante, mas muito melhor (De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick, 1999), Kidman demonstra segurança em cenas que poderiam revelar um certo desconforto da atriz, o que não acontece, pelo bem do resultado final. A direção de “Babygirl” é da holandesa Halina Reijin, e o longa terá lugar garantido em algumas indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme.

Babygirl – Dirigido por Halina Reijin, com Nicole Kidman – em cartaz nos cinemas, incluindo os  de Limeira e região.

Cotação: ****MUITO BOM

QUEER

Falamos de talento e coragem de duas grandes atrizes, Angelina Jolie e Nicole Kidman, uma por interpretar uma diva da música erudita extremamente conhecida, a outra por se aventurar num longa que explora faces de um estranho erotismo. Agora mencionemos um ator conhecido por protagonizar filmes de ação e aventura, especialmente na pele do espião mais famoso do cinema, James Bond. Trata-se de Daniel Craig, que despiu o figurino do sensual 007, namorador de lindas mulheres, para viver Lee,  um homossexual americano expatriado, que vive no México  uma paixão alucinante por um jovem ex-oficial da marinha, Allerton, interpretado por Drew Starkey. O filme é “Queer”, o novo longa de Luca Guadagnino. Craig está ótimo como Lee, mas o filme é decepcionante, nem parecendo ser uma obra do diretor de “Me Chame Pelo Seu Nome”, ou “Rivais”. Cenas de sexo ousadas entre Craig e Starkey não seguram uma história confusa, baseada no livro homônimo de William S.Burroughs. Um desperdício de talentos, apesar da coragem, empenho e a boa entrega de Daniel Craig.

Queer – Dirigido por Luca Guadagnino, com Daniel Craig – em cartaz nos cinemas de São Paulo.

Cotação: **REGULAR

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