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Feminicídio em Limeira: até quando?
elisandra@gazetadelimeira.com.br
Mais uma mulher foi brutalmente assassinada. Mais uma vítima de feminicídio. Mais uma família destruída. O ciclo de violência contra a mulher se repete com uma frequência assustadora, e a tragédia deste final de semana, em Limeira, escancara a barbárie que ainda marca nossa sociedade.
Fábia Andréia Alves da Costa, 38 anos, foi morta com 36 facadas pelo próprio marido. Como se a brutalidade do crime não bastasse, o assassino enviou uma foto da mulher morta ao próprio filho. Um ato de crueldade que reforça o desprezo com que muitas mulheres ainda são tratadas.
O feminicídio não acontece de forma isolada. Ele é o desfecho trágico de uma violência que começa bem antes, com ameaças, agressões verbais, controle e isolamento. Fábia já havia saído de casa porque o marido apresentava comportamento agressivo. Mesmo assim, não conseguiu escapar do destino cruel que tantas outras mulheres compartilham.
Os números são estarrecedores: nos últimos nove anos, mais de 10,3 mil mulheres foram mortas vítimas de feminicídio no Brasil. Em São Paulo, os casos aumentaram 14% em relação ao ano anterior. O número de ocorrências de violência doméstica também segue em alta, evidenciando que medidas paliativas, como aplicativos de segurança e tornozeleiras eletrônicas, não são suficientes. A grande maioria das vítimas – cerca de 85% – sequer consegue acessar a Justiça ou uma rede de proteção.
E o que fazemos diante disso? Seguimos contando corpos. Seguimos nos indignando momentaneamente, até que um novo caso ocupe os noticiários e substitua o horror de ontem pelo de amanhã. Seguimos perguntando: até quando?
Até quando esposas serão reprimidas e acuadas? Até quando a Justiça será conivente com esse tipo de crime? Medidas protetivas resolvem? Quantas Fábias mais precisarão morrer para que medidas reais sejam tomadas?
A cada feminicídio, morremos um pouco. Como sociedade, falhamos em proteger essas mulheres. Falhamos em criar mecanismos que impeçam que tragédias como essa continuem acontecendo. O que falta? Vontade política? Conscientização? Mais rigor nas leis?
Fábia não é um caso isolado. Antes dela, Ingrid de Jesus Corrêa também foi brutalmente assassinada em Limeira pelo ex-companheiro. Mulheres continuam morrendo, e a pergunta continua sem resposta.
Até quando?
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