
Renato Feder fala em novo concurso para 2026, mas e os candidatos não nomeados de 2023?
“A IDEIA É TER MAIS UM CONCURSO NO ANO QUE
VEM”, DIZ RENATO FEDER, SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SP. MAS, E COMO
FICAM OS CANDIDATOS DO CONCURSO DE 2023?
Recentemente, teve grande
destaque a entrevista concedida pelo secretário da educação do Estado de São
Paulo, Renato Feder, à Rádio CBN em 15 de abril. Entre os assuntos, Feder citou
sobre continuidade dos estudos, por parte dos jovens, após conclusão do 2º
grau, além de falar também sobre capacitação técnica, no qual trouxe um dado:
30% dos alunos matriculados também estão no profissionalizante. Ele mencionou
programas como o Provão Paulista, avaliação criada pela Pasta para estudantes
do Ensino Médio da rede paulista que oferece vagas em universidades públicas, e
o BEEM (Bolsa Estágio Ensino Médio), iniciativa que apresenta 10 mil bolsas de
estágio para estudantes matriculados nas 2ª e 3ª séries (Médio) no itinerário
de formação técnico profissional. O secretário também falou sobre escolas
cívico-militares, bonificação por resultados, climatização das salas de aula,
Piso Nacional do Magistério e alfabetização infantil, entre outros.
No entanto, o assunto que mais
chamou atenção na entrevista foi sobre a possibilidade de um novo certame na
rede para 2026. “Estamos estudando. A ideia é ter mais um concurso no ano que
vem para 10 mil professores”, afirmou o secretário. A declaração gerou
repercussão entre os professores, entidades de classe, sindicatos, deputados
estaduais, entre outros, pois, em 2023 o Estado realizou o Concurso 01/2023 no
qual abriu 15 mil vagas, mas até o momento cerca de 12 mil foram preenchidas,
porém o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) entrou com duas ações
civis públicas para que a Seduc-SP (Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo) preencha o quadro de servidores com efetivos para os seguintes cargos:
professores, diretores e supervisores de ensino. Levantamento feito por
promotores do Geduc (Grupo de Atuação Especial de Educação), organização que é
ligada ao MP-SP, informou que há um déficit de 40.155 professores, 1.177
diretores e 702 supervisores de ensino efetivos na rede. O CPP, via Jurídico,
acionou com interesse na procedência das ações. Quando o Ministério Público
entra com uma ação civil pública, está oficialmente indicando ao Judiciário que
obrigue o Governo a tomar uma medida, nesse caso, reforçar o quadro.
O deputado estadual Carlos
Giannazi (PSOL), em sessão ordinária da ALESP (Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo), manifestou discordância e apontou improbidade administrativa
caso ocorra novo certame. “Este concurso vai até meados de 2026, está em vigor.
Se ele (Feder) fizer o que disse, estará cometendo improbidade administrativa.
Não podemos permitir que isso aconteça”, declarou Giannazi que ainda exige a
chamada de todos os aprovados. “A nossa exigência é que a Seduc-SP faça
imediatamente a chamada de todos os aprovados último concurso”, afirmou o
deputado.
Basicamente, improbidade
administrativa é quando um agente público age de forma desonesta e/ou contrária
aos princípios da administração pública no exercício do cargo.
Em 2021, foi aprovado o novo
texto legal de improbidade administrativa (Lei 14.230/21). Se for comprovado o
desperdício de recursos públicos de forma injustitificada, a acusação de
improbidade ganha força. Organizar um certame custa caro, demanda altos
valores, incluindo: contratação da empesa responsável, produção, aplicação de
provas, correções, logística, entre outros e, se não há convocação maciça
dentro da validade da iniciativa, e abre-se outro concurso, pode existir aí um
desperdício injustificado de dinheiro.
Cerca de 290 mil pessoas fizeram inscrição ao Concurso de 2023. Não seria mais prudente, e viável, encontrar um modo de classificar o máximo possível de candidatos que estão dentro deste grupo? Com isso, valorizaria muitos participantes ainda não nomeados, economizaria tempo, dinheiro, afastaria o risco de improbidade e pouparia a gestão do governador Tarcísio de Freitas de um desgaste, caso ele venha concorrer à reeleição em 2026.
Filipe Sousa é jornalista, formado pela Universidade Metodista de
Piracicaba (Unimep). Atua na assessoria de imprensa do CPP-Limeira desde 2015.
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