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Pneumonia: o perigo silencioso e a importância da prevenção nos idosos

Queridos leitores, com a chegada do inverno, os pulmões dos nossos idosos pedem cuidado. A pneumonia, uma infecção que atinge os pulmões, pode evoluir com gravidade e é uma das principais causas de internação e óbito entre a população idosa.

Com o avançar da idade, o sistema imunológico vai perdendo parte da sua eficiência. Associado às doenças crônicas como diabetes, problemas cardíacos ou pulmonares, o risco de desenvolver pneumonia grave aumenta significativamente. E o mais preocupante: em muitos idosos, a pneumonia pode começar de forma silenciosa, sem febre ou tosse, se manifestando apenas como confusão, sonolência, fraqueza ou falta de ar.

Portanto, a melhor forma de tratamento é a prevenção. E a principal forma de prevenção é a vacinação. 


“Doutor, quais as vacinas eu devo tomar?”


As vacinas recomendadas para prevenção de pneumonia em idosos são:


* Pneumo 13 (conjugada 13-valente): Protege contra 13 sorotipos de pneumococos. Deve ser a primeira dose.


* Pneumo 23 (polissacarídica 23-valente): Amplia a proteção para outros 10 sorotipos. Deve ser aplicada entre 6 e 12 meses após a Pneumo 13. 


O intervalo pode ser variável e é sempre consultar o seu geriatra para orientações mais individualizadas. Mas é importante lembrar que esse esquema sequencial garante uma proteção mais ampla e duradoura.


* Vacina contra Influenza (gripe): Deve ser administrada anualmente. Reduz complicações que podem levar à pneumonia viral ou bacteriana. 


“Doutor, onde consigo essas vacinas?”


Na maioria dos municípios, a vacina da gripe é oferecida gratuitamente para idosos. Já as vacinas Pneumo 13 e Pneumo 23 podem estar disponíveis para grupos de risco ou mediante prescrição médica nas Unidades Básicas de Saúde. 


“Doutor, posso tomar todas ao mesmo tempo?”

Não. A Pneumo 13 deve ser administrada primeiro, e a Pneumo 23 entre 6 a 12 meses depois. A vacina da gripe pode ser aplicada junto à Pneumo 13, desde que em locais diferentes (um em cada braço, por exemplo). 


“Doutor, e quem deve tomar?”


Todos os idosos a partir de 60 anos. Também são indicadas para pessoas com doenças crônicas pulmonares, cardíacas, diabetes, câncer, imunodeficiências, entre outras. 

Ao longo da minha experiência como médico, vi muitos idosos chegarem ao hospital com pneumonia em estágio avançado. Alguns deles nunca haviam sido vacinados. 

Em muitos casos, uma simples vacina poderia ter evitado dias de internação, sofrimento e, infelizmente, até a perda da vida. Prevenir é um gesto de amor, principalmente com quem já dedicou uma vida inteira cuidando de todos. Números recentes comprovam essa realidade em nossa cidade, onde nem um terço da meta ainda foi atingida. Em abril, eu fui tomei a dose anual contra Influenza, como profissional de saúde, e levei meu pai se vacinar também. Sugiro que, se puderem, façam o mesmo. Tenham todos uma boa semana.

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