Em muitas situações no trânsito, observa-se que alguns motociclistas utilizam a buzina como primeira reação diante de um risco iminente, em vez de recorrer ao freio ou adotar uma conduta verdadeiramente defensiva. Essa atitude, além de ineficaz, revela uma compreensão limitada sobre segurança viária. A buzina deve ser usada apenas como um meio de advertência, e não como recurso principal para evitar colisões. Quando um motociclista substitui a frenagem adequada ou manobras defensivas por um simples acionamento da buzina, ele perde tempo precioso de reação e aumenta consideravelmente a probabilidade de um acidente.

Essa postura costuma estar associada a três fatores clássicos que contribuem para acidentes de trânsito: imprudência, imperícia e negligência.
Imprudência ocorre quando o condutor age de forma arriscada, executa manobras perigosas ou deixa de respeitar normas de segurança, como quando confia excessivamente no uso da buzina para se impor no tráfego.
Imperícia está relacionada à falta de habilidade ou preparo técnico. Nesse caso, o motociclista pode não saber frear corretamente, não dominar técnicas de frenagem de emergência ou não ter sido treinado para agir de forma segura em situações críticas.
Negligência, por sua vez, envolve descuido ou falta de atenção. É o caso do condutor que não analisa o ambiente ao redor, não mantém distância segura e deixa de aplicar os princípios da direção defensiva.

Quando imprudência, imperícia e negligência se combinam, o risco aumenta exponencialmente. Muitos acidentes poderiam ser evitados se os motociclistas adotassem uma postura mais preventiva, utilizando a buzina apenas como apoio, e não como substituta de ações defensivas. A prática da direção defensiva — que inclui antecipar riscos, manter atenção constante, preservar distância segura e agir com calma — continua sendo a melhor forma de evitar acidentes e garantir a segurança de todos no trânsito.

Agnaldo Pedroso

Especialista em Trânsito

Perito em Acidentes de Trânsito

peritoagnaldopedroso@gmail.com