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Consumo per capita de carne suína cresce 14%

Com a alta dos preços da carne bovina, o consumo da carne de porco já vem registrando números recordes. Segundo dados do IBGE, o abate de suínos este ano chegou a 13,04 milhões de cabeças de suínos no segundo trimestre de 2021 - uma alta de 7,6% ante ao mesmo período de 2020 e de 2,9% frente ao primeiro trimestre.

De acordo com Bernardo Viscardi, gerente da pesquisa, o resultado recorde das exportações de carne suína in natura, com o pico das vendas para o exterior em junho, ajudou a compor esse cenário. “O consumo interno também foi importante, já que o preço da carne do porco é mais acessível do que a de boi”, ressalta o analista.

A demanda por carne suína também vem impulsionando frigoríficos e empresas do setor. Segundo Desidério Guimarães, diretor-procurador do frigorífico Saudali, houve alta de abate e outros números no período da pesquisa: “Registramos, no 2º trimestre de 2021, o aumento de 2,17% no abate de suínos, 35% no faturamento geral da empresa e 25% no preço médio do produto”, comenta.

Em 2020, o faturamento da empresa foi de R$ 755 milhões, com R$ 41 milhões de lucro registrado. A expectativa é que a Saudali feche o ano com faturamento total de R$ 903 milhões e lucro de R$ 49 milhões.

Para Adriano Pacheco, diretor Comercial da Saudali, esse resultado é fruto da estratégia de atender a demanda crescente do mercado interno, sem deixar a exportação, que hoje é realizada para 16 países: “A Peste Suína Africana dizimou 60% do plantel chinês e grande parte dos frigoríficos brasileiros intensificaram as exportações para a China. Com a alta da carne de boi, vislumbramos novas oportunidades para o Lombo, a Picanha Suína e a Costela de Porco. Os excelentes resultados devem seguir nos próximos anos”, afirma.

 

Brasileiros que reduziram consumo de carne por vontade própria também impactaram estabelecimentos

 

 

Neste ano, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) encomendou uma pesquisa  pelo  Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria — o antigo Ibope Inteligência aqui no Brasil), onde constatou-se que em todas as regiões brasileiras e independente da faixa etária, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne, por vontade própria, pelo menos uma vez na semana. 

“Entendo que seja um sinal claro da mudança de comportamento do brasileiro em relação ao consumo de carne, além de também revelar que existe uma oportunidade gigantesca para as marcas de alimentação que tiverem bons produtos veganos nos seus cardápios e portfólios”, disse Ricardo Laurino, presidente da SVB. 

A oferta de restaurantes e lanchonetes com opções veganas tem aumentado rapidamente nos últimos anos buscando atender essa parcela significativa da população — de acordo com o Ipec, um terço dos brasileiros do Brasil todo busca opções veganas nos cardápios.

“Todos têm a ganhar com essa mudança, já que não apenas os restaurantes vão atrair essa enorme base de clientes evidenciada pelas pesquisas, mas também reduzir seus custos com alguns dos insumos mais caros, como carnes e queijos”, enfatiza. 

O Brasil já produz anualmente 250 milhões de toneladas de grãos e tem transformado uma parte desses grãos em “carnes feitas à base de plantas”, convertendo o grão em produto final a uma alta eficiência, sem a onerosa taxa de conversão alimentar usualmente implicada quando se usa os grãos para alimentar animais de produção.

“Ao contrário do que muitos podem pensar, para incluir pratos veganos no cardápio, os restaurantes não precisam fazer investimentos, comprar novos equipamentos ou aplicar novas técnicas. Podem optar por combinações simples e tradicionais, utilizando ingredientes facilmente disponíveis no restaurante”, disse. Os estabelecimentos interessados em atender a essa demanda em crescimento podem contar, ainda, com a consultoria gratuita da equipe especializada da SVB: opcaovegana.svb.org.br.

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