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As tiaras de Limeira que encantaram foliões no Carnaval do Rio

Limeira está há mais de 10 anos sem desfiles de rua no carnaval. Porém, alguns de seus profissionais encontram espaço para mostrar o trabalho nas escolas de samba e blocos do Rio de Janeiro, como o cenógrafo George Jacob, que viu algumas de suas tiaras utilizadas por foliões.

“As peças complementam a alegria das pessoas no Carnaval. Esse ano, no pós-pandemia, havia um desejo maior de extravasar essa alegria, o que tornou ainda mais importante o visual”, conta George.

Ele nasceu em Limeira. Ainda jovem, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde produziu vitrines e desfiles para redes de varejo de moda. Ao mesmo tempo, a paixão pelo carnaval cresceu, com a participação em desfiles na Marquês de Sapucaí e blocos.

Após o carnaval de 2020, George retornou a Limeira para acompanhar o tratamento médico da mãe – que viria a falecer pouco tempo depois. Seguiu residindo em Limeira, mas manteve o contato com profissionais cariocas.

Hoje, George divide seu tempo entre a produção de tiaras e de cestas de alimentação artesanais para datas especiais. Porém, o carnaval segue sendo sua paixão. Tanto que ele esteve nas “duas edições” da festa desse ano. Em fevereiro, foi à Mangueira e testemunhou uma inovação: blocos se apresentando nas quadras das escolas de samba, já que as aglomerações em locais públicos estavam proibidas na época.

“O carnaval tem essa capacidade de se reinventar”, diz o cenógrafo. O mesmo se dá com as tiaras de George. As tradicionais penas, retiradas de animais, deram espaço aos materiais alternativos, como festões natalinos, flores artificiais e capim dourado.

JOIAS FOLHEADAS

Enviadas ao Rio, as tiaras foram comercializadas nas escolas e blocos. Nas redes sociais, as fotos estampam a felicidade das pessoas preparadas especialmente para a festa. “Esse movimento é natural do ser humano. A pessoa gosta de se ornamentar, demonstrar alegria”, conta George. Apresentando-se nas redes sociais como Giorgio Vox, despertou atenção do público, ao unir conceitos técnicos ao material alternativo. “Uma tiara pode ser feita, por exemplo, a partir de um cacho de coqueiro”, conta.

No último dia 23, ele desfilou pela escola Unidos da Tijuca, de olho nos novos materiais usados nas fantasias. Assim, participou da “segunda edição” do carnaval de 2022. Mas vivenciar as manifestações locais ajudam a entender o público, diz ele, que frequenta rodas de samba. Sambistas da região, como Aninha Barros, também usam suas criações.

George já trabalhou com marcas de joias folheadas de Limeira, e chama a atenção para a comunicação do produto. “Uma joia tem seu valor elevado quando vem junto de uma apresentação deslumbrante”, avalia. A movimentação de uma cidade com eventos como o carnaval é destacada. “As várias classes sociais dividem o mesmo espaço. Pessoas que estão temporariamente sem renda têm a chance de trabalhar nos desfiles e blocos, ou dando apoio, como motoristas de Uber e coletores de recicláveis”, afirma.

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