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Teste do pezinho: um benefício para o bebê e para a família

Hospitais e profissionais do Brasil estão ampliando os conhecimentos gerados pelo "teste do pezinho". Utilizado nas redes públicas e privadas de saúde, o teste permite o reconhecimento precoce de doenças metabólicas sérias, algumas delas raras e assintomáticas.

 Parte dessas doenças, se detectadas tardiamente, afeta a vida das crianças e a realidade da família. Há repetidas internações, necessidade de medicação constante e cirurgias.  Por isso, o médico pediatra e neonatologista Maiton Fredson, do Sistema Hapvida, destaca a evolução. "O grupo de exames é realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do recém-nascido, e visa o diagnóstico precoce de doenças raras. Se não fossem pesquisadas, essas doenças teriam diagnóstico dificultado, causando danos para vida do bebê", afirma o médico.

 Há obrigatoriedade de realização do teste nas redes pública e privada. O exame foi instituído no Brasil em meados dos anos 1970. O Dia Nacional do Teste do Pezinho, em 6 de junho, ganhou motivo maior de celebração esse ano, segundo o pediatra. Foi sancionada a lei nº 14.154/2021, que passou a disponibilizar de forma gratuita uma versão ampliada do exame. Agora, o teste básico na rede pública pesquisará cerca de 50 tipos de doenças nos bebês. O incremento está sendo adotado aos poucos no país. No Sistema Hapvida, o tipo de exame já é ampliado.

A investigação busca, por exemplo, as enfermidades relacionadas à hemoglobina. Dentre elas, está a doença falciforme, também chamada de siclemia. Além da anemia, causa dores e úlceras na pele dos pacientes. A talassemia, quando detectada em recém-nascidos, pode ser tratada, evitando problemas como o crescimento inadequado e os ossos frágeis.

Doença metabólica mais comum

 A pesquisa abrange doenças que podem ter origem congênita, como a toxoplasmose e o hipotireoidismo. "Também aponta deficiência de G6PD, doença metabólica mais comum", destaca Maiton. A doença gera fadiga, dor nas costas e anemia. Porém, quase sempre aparece somente após o uso de alguns tipos de medicamentos ou consumo de alimentos. O teste mais comum diagnostica seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.

Para o exame, gotas de sangue do calcanhar dos recém-nascidos são coletadas. Essa parte do corpo é rica em vasos sanguíneos. Caso surjam alterações, repete-se o teste, agora utilizando-se técnicas específicas da doença que gerou a suspeita. O reconhecimento precoce evita que o bebê desenvolva problemas como deficiência intelectual grave e lesões no sistema nervoso. Nesses casos, os tratamentos costumam exigir repetidas internações, medicação constante e cirurgias. A criança e a família acabam afetadas.

Maiton Fredson

Médico pediatra e neonatologista do Sistema Hapvida

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