O sedentarismo e alimentação baseada em produtos industrializados são dois dos principais fatores de crescimento no número de casos de diabetes no Brasil e no mundo. O alerta é do médico Ricardo Walraven, do Grupo Hapvida NDI.

 A atenção para a doença deve ser ampliada a partir dos 45 anos de idade. Porém, uma rotina de exercícios e de alimentação saudável na infância e fase adulta reduz os riscos de a pessoa se tornar diabética.

 Veja a entrevista do Dr. Ricardo.

Como uma pessoa se torna diabética?

 O paciente diabético, por conta do estilo de vida durante toda a infância e a fase adulta, tende a ter muito açúcar no corpo. Este açúcar acumulado não vai para dentro da célula, onde ele deveria estar, e acaba causando muitos problemas a longo prazo. Traz risco aumentado de infarto, AVC, doença renal crônica, que, muitas vezes, gera necessidade de hemodiálise, risco de cegueira, de lesão dos pés, podendo até chegar a amputação do membro. Por isso, as medidas de prevenção são importantes e ajudam, caso a doença apareça, a controlar o diabetes e para que a pessoa não tenha essas complicações.

Como detectar?

O diabetes mais comum é o tipo 2, que aparece ao longo da vida do paciente. A doença pode ser facilmente diagnosticada fazendo um exame de glicemia ou um exame de hemoglobina glicada no laboratório.

A indicação é para pessoa acima de 45 anos e está acima do peso. Os sintomas são: emagrecimento sem fazer nenhuma dieta, sede excessiva e se a pessoa está indo muito ao banheiro urinar. Muitas vezes, aparecem até formigas, por conta do açúcar que está no corpo e está saindo pela urina. Isso são fortes indícios de que você pode estar com diabetes.

E como tratar?

No Grupo Hapvida NDI, focamos em cuidar do paciente que tem diabetes oferecendo educação e saúde, para que exista uma mudança do estilo de vida. São ações como: a realização de exercícios físicos aeróbicos rotineiros; a mudança para uma dieta mais saudável, mais rica em verduras e proteínas e que seja mais pobre em carboidratos, que são os grandes vilões do diabetes; e, se necessário, o  uso de medicações, tanto medicações orais ou até insulina quando necessário para complementar o tratamento. Isso faz com que o paciente tenha o maior controle possível do diabetes, evitando-se as complicações que podem surgir.

O sedentarismo é uma das causas?

O diabetes é uma doença cujo crescimento não para. O estilo de vida da população em geral está ficando cada vez mais sedentário. A alimentação está cada vez mais baseada em fast food, em comidas rápidas já industrializadas, ricas em açúcares e carboidratos industrializados. Isso faz com que a população esteja cada vez mais ficando diabética. Dados da OMS, a Organização Mundial de Saúde, apontam que entre 6 e 8% da população em geral é portadora de diabetes. Isso ocorre também no Brasil, onde o número tem subido. Por isso, é uma doença que a gente tem que ficar de olho.

Quais as recomendações?

A pessoa tem que ir ao médico o mais precoce possível. Se você tem acima de 45 anos de idade, procure o seu médico para fazer o exame de rastreio do diabetes. Se você não tem diabetes ou ainda não sabe se tem, já pode fazer mudanças no seu estilo de vida para evitar que isso apareça. Pode fazer um exercício físico combinado com exercício aeróbico, caminhada, bicicleta, natação, futebol ou qualquer esporte de movimento.

Musculação se encaixa nesse caso?

Sim, mas a musculação tem que ser complementada com o exercício aeróbico.

E na alimentação, quais as orientações?

O ideal é que as pessoas também melhorem a alimentação, reduzam o consumo de carboidratos, de açúcares e gorduras, e aumentem o consumo de verduras e proteínas. A principal fonte de açúcar no nosso corpo são os carboidratos e, quando o consumo é exagerado ou a gente não gasta muito este carboidrato consumido, ele acaba se acumulando no nosso corpo e há uma maior probabilidade de você desenvolver diabetes.

Ricardo Walraven, médico do Grupo Hapvida NDI.