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Dia Nacional de Combate ao Câncer: “Me tornar paciente sendo médica foi algo muito difícil”

O Dia Nacional de Combate ao Câncer é comemorado em 27 de novembro com o objetivo de ampliar o conhecimento da população brasileira sobre o câncer, principalmente sobre a sua prevenção. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o câncer é a segunda doença que mais mata no mundo, com cerca de 9,6 milhões de óbitos por ano. E não para por aí: nos próximos 25 anos, passará a ser a primeira.

Segundo o mais recente relatório da OMS sobre projeção de tumores, devem surgir 12,4 milhões de novos casos por ano. No Brasil, segundo informações do INCA (Instituto Nacional do Câncer), esse número é de mais de 600 mil. A data foi instituída com o objetivo de ampliar o conhecimento da população brasileira sobre o câncer, principalmente sobre a sua prevenção.

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.

Em dezembro de 2021, a ginecologista Adriana Sales dos Santos descobriu um nódulo de 4 centímetros na mama. “Demorei para acreditar que estava doente e teria que me submeter a um tratamento completamente fora do meu controle. Eu me via sempre cuidando de outras pessoas e nunca precisei que cuidassem de mim, então me tornar paciente sendo médica foi algo muito difícil de entender”, disse.

Trocar de lado não a deixou à vontade. “Prefiro sempre tomar as decisões. Cuidei do meu filho que teve uma patologia muito grave (panencefalite esclerosante subaguda, causada pelo vírus do sarampo), que não o deixava andar, falar e comer. Em 2014, teve uma hemorragia na traqueostomia e faleceu em casa. Ainda assim, mesmo com tudo o que isso me causou, eu não era a paciente”, afirma.

No dia da cirurgia, a ginecologista disse que não conseguia se ver do outro lado da mesa. “Eu precisava disso para tratar o carcinoma invasivo que já possuía até mesmo metástase em linfonodos axilares. Por ser médica, eu já recebi esse diagnóstico de uma forma diferente, com um conhecimento maior sobre os riscos e as chances de cura”, disse.

O que a ajudou nesse processo foi o acolhimento dos colegas de profissão. “Escolhi fazer meu tratamento todo no Hcor, sob os cuidados do Dr. Afonso Nazário e da Dra. Michelle Samora. Foram eles que me passaram a tranquilidade, a força e a segurança necessárias para enfrentar essa batalha contra o câncer. Passei por cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Hoje, continuo fazendo o acompanhamento e, como todo paciente, ainda tenho medo de ver um resultado de exame alterado”, conta

Depois dessa experiência, Adriana relata que se tornou uma pessoa muito mais calma, tanto consigo quanto com os outros. “Me sinto outra pessoa, é como possuir uma vida nova. Aprendi a viver um dia de cada vez, aproveitando os momentos presentes e continuar fazendo o que eu sei fazer de melhor: cuidar dos outros, mas sem esquecer de cuidar de mim”, finaliza.

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