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Senado envia nota de solidariedade a vereadoras de Limeira

A Procuradora Especial da Mulher do Senado, Leila Barros, divulgou uma nota de solidariedade as vereadoras Mariana Silva Calsa, Isabelly Maria de Carvalho e Tatiane Lopes. A repercussão, agora em âmbito nacional, deve-se as denúncias de violência política de gênero que vem ocorrendo nas últimas semanas, após as Eleições da Mesa Diretora da Câmara de Limeira

Segundo a nota, após circulação de vídeos e notícias, “as vereadoras têm sido atacadas desde que foram eleitas para a Mesa Diretora ao lado do vereador Everton Ferreira (PSD), que presidirá a Câmara Municipal de Limeira entre 2023 e 2024”. Conforme a Gazeta já divulgou, a ONG Vamos Juntas publicou um vídeo “mostrando o grau de agressividade de populares cujo ânimo tem sido acirrado contra as vereadoras, num momento em que toda a população do município de Limeira tem motivos de se orgulhar por ter três vereadoras integrando a Mesa Diretora”. 

Leila ainda cita na nota de apoio que no ano em que se comemora os 90 anos da conquista do direito de votar e do direito a serem votadas, o episódio causa pasmo e chega até a ser “didático” sobre “o quanto precisamos caminhar, já que a agressão atinge vereadoras situadas em todo o espectro político e ideológico, como se vê pela sigla dos partidos das mesmas (PL, Podemos, PT)”. 

Ela também se dirige as vereadoras e mulheres na política em um trecho da nota. “Não desanimemos, todavia, vereadoras de Limeiras e mulheres de todo o Brasil que aspiram a entrar na política, pois o episódio é educativo também para mostrar nossa força”, afirma. 

Na semana passada, a Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, representada pelas deputadas Professora Bebel, Marina Helou, Érica Malunguinho e Damaris Moura enviou um requerimento para a Câmara de Limeira questionando denúncias das últimas três sessões ordinárias que “colocaram em risco a segurança das vereadoras limeirenses a partir das recorrentes situações de violência política de gênero legitimadas por parlamentares e pelo público em plenária”. 

“Graças a esta articulação, o município está obrigado a apurar as denúncias – inclusive de presença de pessoa armada – e a identificar e devidamente acusar as pessoas que protagonizaram, coadjuvaram ou ficaram nos bastidores dessa espécie de “performance de ódio” que deseja semear aversão a mulheres que cometeram o “pecado” – na falta de melhor palavra – de querer exercer plenamente seus direitos políticos”, afirmou Leila.  

Presidente da Câmara destaca que nunca admitiu qualquer violência 

A Gazeta entrou em contato com o presidente da Câmara de Limeira, Sidney Pascotto, em relação a resposta do requerimento enviado pela Procuradoria da Alesp e também pela nota enviada pelo Senado. Ele informou que recebeu o documento, bem como leu atentamente e promoveu a devida publicidade junto aos demais vereadores, da mesma forma como foi feito em relação à nota da Alesp. 

“Expressamos ainda que a segurança de todas as vereadoras e vereadores da Câmara Municipal nas sobreditas sessões se deu pela convocação, por parte da Presidência da Câmara, e consequente presença de seguranças do corpo da Guarda Municipal de Limeira, que se fizeram presentes, num total de 20. Relativamente à sessão ordinária do 19/12/2022, ela ocorreu com garantias de segurança a todos que se encontravam no recinto da Câmara Municipal – vereadores, servidores e público presente –, sem quaisquer ocorrências a interferir no regular trabalho da sessão camarária deste dia”, afirma. 

Por fim, Pascotto destacou que a segurança de todos aqueles que atuam diretamente na Câmara Municipal de Limeira “sempre mereceu e sempre merecerá toda a atenção não só desta Presidência, mas também da Mesa Diretora da Câmara, garantindo-se, assim, que não haja qualquer conduta no recinto da Câmara que aponte para qualquer violência contra nenhum cidadão, particularmente contra nenhuma mulher, pois nunca admitimos, como nunca admitiremos, qualquer violência política, quer seja aos parlamentares, quer seja àqueles que atuam nas dependências do Legislativo limeirense, como servidores e cidadãos que possam estar prestigiando as sessões camarárias”, informou.

 

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