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Janeiro Branco coloca a saúde mental em pauta

A vida moderna tem trazido inúmeras conquistas e benefícios, mas, ao mesmo tempo, tem cobrado um preço muito alto de cada ser humano. Especialmente agora, depois de tantos desafios enfrentados nos últimos tempos. O Instituto Janeiro Branco, divulga a boa nova de que 2023 “é o ano do equilíbrio”. A campanha é um movimento social dedicado à construção de uma cultura da Saúde Mental na humanidade. É, também, o nome do Instituto que coordena esse movimento. O seu objetivo é chamar a atenção dos indivíduos, das instituições, das sociedades e das autoridades para as necessidades relacionadas à Saúde Mental dos seres humanos.

Ansiedade, desânimo, alteração no humor, problemas de sono são alguns dos sintomas indicando que está na hora de dar atenção à saúde mental. E muitas vezes, as pessoas não sabem como procurar ajuda. Baseado na ideia de que todos têm direito à saúde mental, o Instituto Janeiro Branco promove, em seu canal no YouTube (https://www.youtube.com/@JaneiroBranco), palestras com psicólogos, oficinas, cursos, lives – tudo que faça com que as pessoas parem um pouco a rotina e reflitam sobre como ter uma vida com mais equilíbrio. Governos estaduais, como o do Amazonas, já aderiram à campanha deste ano.

EQUILÍBRIO

Obrigações e alegrias, cansaço e motivação, desgaste e energia, individualidade e coletividade, trabalho e descanso, medos e coragem, confusão e paz. É possível equilibrar essas coisas e pode ser bem mais fácil do que parece. Porém, a gente precisa cuidar disso. Esse equilíbrio não vem sozinho. Sem ele, mais cedo ou mais tarde, nada para em pé, tudo desanda — e é sempre melhor prevenir do que remediar. Desequilíbrio na alimentação? A nossa saúde paga o preço. Desequilíbrio no trabalho? Adoecemos no trabalho e é prejuízo atrás de prejuízo. Desequilíbrio nas relações sociais? As consequências sempre chegam na forma de muitos sofrimentos, de injustiças e de vários adoecimentos. Esse desequilíbrio rouba de todos nós, todos os dias, boas oportunidades pessoais, profissionais e sociais.

Cuidar mais de si e adotar hábitos saudáveis são promessas recorrentes no primeiro mês do ano. É nesse clima de um novo ciclo que a campanha Janeiro Branco alerta para o valor da saúde mental e seu importante papel na qualidade de vida. “Saúde mental diz respeito a nossa satisfação em viver, a como reagimos às exigências do dia a dia, conciliamos tudo isso e lidamos com as nossas emoções”, explica a psicóloga hospitalar Ana Carolina Stamm Fávero, da Clínica Sainte-Marie. “É conseguir aprender com as situações, experimentando os sentimentos e emoções, entendendo o sofrimento como característica humana, traçando estratégias para sua superação ou mudança”, complementa Aline Cardoso, também psicóloga hospitalar da Sainte-Marie.

No Brasil, incentivar a cultura de cuidado com o emocional e o psicológico é um desafio necessário. O país figura entre os líderes no ranking de transtornos mentais. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), somos o segundo das Américas com maior número de casos de depressão (5,8% da população) e o primeiro em prevalência de ansiedade no mundo (9,3%).

Somado a isso, os desdobramentos da pandemia causada pelo coronavírus, como o isolamento social, a incerteza de tratamento e a perda de pessoas queridas, foram desencadeadores de sofrimento psicológico, reforçando ainda mais a necessidade de direcionar comportamentos para ter uma rotina mais equilibrada e que proporcione bem-estar mental.

COMO RECONHECER

Diversos fatores podem prejudicar a saúde psicológica, entre eles o sedentarismo, alimentação irregular, uso abusivo de álcool, cigarro e demais drogas, além de indicadores sociais, como desemprego e violência. Também existem determinantes individuais, como a forma de administrar pensamentos, emoções e relações.

Para uma pessoa saudável mentalmente, é normal ter sentimentos negativos como tristeza, raiva, medo ou desespero, por exemplo, em momentos desafiadores da vida. O que irá diferenciar a situação de um adoecimento psicológico será a persistência e o seu impacto no trabalho e nas relações sociais e afetivas.

Mas como identificar que algo não vai bem? As especialistas da Clínica Sainte-Marie destacam que os sinais podem ser dificuldade de memorização, concentração e solução de conflitos, bem como problemas para dormir ou de rendimento no trabalho, ausência ou excesso de apetite, dores no corpo, queda na imunidade, choro frequente, além de excesso de ansiedade, irritação, tensão, agitação, entre outros.

“Quando não conseguimos mais sentir interesses e motivações, as relações afetivas e sociais tornam-se exaustivas, conflituosas. Há alterações frequentes de humor, impulsividade e fadiga crônica. Portanto, devemos ficar atentos e buscar uma avaliação para as possíveis causas, com o cuidado necessário, evitando os possíveis impactos a longo prazo. Prevenção é sempre a melhor maneira e auxilia no autoconhecimento”, esclarece Aline.

 SAÚDE MENTAL O ANO TODO

“Os cuidados com a saúde mental devem ser realizados durante todo o ano e não apenas em alguns períodos. Precisamos nos organizar e termos metas concretas, além de listar os benefícios que elas trarão. O autocuidado diz respeito a uma série de ações diárias. Com rotinas intensas, questões básicas acabam sendo esquecidas. Porém, é de suma importância tirar um tempo para nós mesmos”, orienta Ana Carolina.

 

 

 

 

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