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Ataques de escorpiões crescem 22% no estado

Os acidentes com escorpiões aumentaram 22% no Estado de São Paulo, no ano passado, em comparação com 2021. O número de casos passou de 34,5 mil para 42,1 mil, segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria da Saúde do Estado. Na comparação com 2020, com 38,1 mil casos, o aumento foi de 10%. O número de mortes causadas por escorpiões caiu de 19 em 2021 para 7 no ano passado.

O risco de maior ocorrência de escorpiões no Estado em virtude do clima quente e úmido ocasionado pelo verão levou o CVE a lançar um alerta estadual para as medidas de prevenção. "A picada de escorpião pode ser letal, principalmente para crianças até dez anos de idade, por isso é preciso que a pessoa acidentada seja encaminhada à unidade de saúde o mais rápido possível", disse a diretora da divisão de Zoonoses do CVE, Roberta Spínola.

A manicure Helena Maria da Costa, de 42 anos, foi picada por um escorpião amarelo em setembro do ano passado, em sua casa. "Ele estava em uma bermuda e, quando fui vestir, me picou na parte de trás da perna. Foi uma dor intensa, terrível e minha pressão subiu. Conseguimos pegar o bicho e meu marido me levou para o PA (Pronto-Atendimento). Como a dor não passava e eu estava com tremores, 40 minutos depois fui transferida para o Hospital Regional. Fiquei umas seis horas tomando soro e em observação", disse.

A pasta estadual recomenda que, em caso de acidente, a pessoa seja levada ao serviço de saúde mais próximo para que receba atendimento o mais rápido possível. Caso não haja unidade referenciada na cidade, o hospital ou centro de saúde vai encaminhar o paciente para o local apropriado da forma mais rápida.

Para a médica veterinária Thais Eleonora Madeira Buti, o período de chuvas e de calor favorece o surgimento de escorpiões, assim como todas as pragas e insetos. Alguns deles, como as baratas, são alimentos para os escorpiões urbanos. A aplicação de veneno, segundo ela, não é indicada para controle de escorpiões, porque eles têm mecanismos de defesa. Dotados de um apêndice que é quimiorreceptor, eles sentem os produtos químicos no ambiente e fogem, podendo até fechar a respiração para não se intoxicar com o veneno.

O Ministério da Saúde informou que não recomenda a utilização de produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões. Esses produtos, além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando o risco de acidentes. Conforme a pasta, são animais que não atacam, mas se defendem quando ameaçados, por isso as medidas preventivas são importantes.

SINTOMAS DA PICADA

No organismo humano, o veneno dos escorpiões do gênero Tityus, como o amarelo e o marrom, causa alterações na região da picada, principalmente dor. O veneno age também no sistema nervoso autônomo, que controla a temperatura corporal e as funções de digestão, respiração e circulação sanguínea. O paciente pode apresentar náuseas e vômitos, dor abdominal, agitação, aumento na pressão sanguínea que pode posteriormente evoluir para queda e mesmo choque.

A lesão cardíaca provocada pelo veneno pode dificultar o bombeamento do sangue aos pulmões, causando dificuldade respiratória. O soro antiescorpiônico, quando injetado no paciente picado, age neutralizando o veneno em circulação. O resultado do tratamento com a aplicação das doses recomendadas do soro antiescorpiônico é mais eficiente quanto mais precocemente essas doses forem administradas. O soro deve ser aplicado por via intravenosa (na veia).

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