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Estado registra aumento de 149% dos surtos de Mão - Pé - Boca

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) registrou um aumento de surtos da Doença Mão-Pé-Boca (DMPB) no estado. De janeiro a março deste ano, ocorreram 391 surtos da enfermidade, sendo que, no ano passado, no mesmo período, havia 157 notificações, o que representa um aumento de 149% em 2023.

Essa é uma síndrome viral, sazonal e mais frequente em crianças de até cinco anos, cuja transmissão ocorre por meio de secreções de vias aéreas, gotículas de saliva, via fecal-oral e pelo contato com lesões. Os fatores que provocam a circulação do vírus são socioambientais, e a prevenção ocorre por meio de medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos e evitar aglomerações, especialmente durante época de surto.

O vírus habita o sistema digestivo e pode provocar estomatites (um tipo de afta que afeta a mucosa da boca), causando febre alta nos primeiros dias e, posteriormente, pequenas bolhas nas mãos e nas plantas dos pés, manchas vermelhas na boca, amídalas e faringe. Também podem ocorrer sintomas como falta de apetite, vômitos e diarreia. Além disso, por causa de incômodos, vem a dificuldade para engolir e muita salivação.

“Geralmente, como ocorre em outras infecções por vírus, a doença regride espontaneamente após alguns dias. Não existe vacina contra esta doença, portanto na maior parte dos casos tratam-se apenas os sintomas”, explicou a infectologista infantil do Hospital Darcy Vargas, Doutora Helmar Abreu Rocha Verlangieri.

Após a contaminação, o período de incubação do vírus pode variar de 1 a 7 dias, na maioria dos casos. O vírus pode permanecer em secreções da mucosa oral por até 2 semanas e na via respiratória de 1 a 3 semanas após a infecção.

Não há tratamento específico para DMPB, e a recuperação pode durar entre 7 e 10 dias. O uso de analgésicos, antitérmicos e hidratação pode auxiliar na recuperação. Manter isolamento social, enquanto durar a fase de surto da doença, também é recomendado, por exemplo evitar que a criança frequente a creche por cerca de sete dias ou até o desaparecimento das lesões de pele. 

PREVENÇÃO 

– Deve-se manter medidas frequentes de higiene pessoal e do ambiente em que as crianças têm acesso, pois o vírus persiste no local por semanas em temperatura ambiente, perpetuando o surto;

– Atenção na troca de fraldas. Evite compartilhar objetos como pomadas e lenço umedecido;

– Evite qualquer ação que tenha o contato das mãos com a boca;

– Higienize itens de uso pessoal e do ambiente com solução de álcool etílico 70% ou desinfecção com solução clorada. Objetos pessoais devem ser higienizados antes de retornarem ao uso;

– Evitar a circulação de crianças menores de cinco anos em aglomerações públicas nos períodos de surto.

 

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