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Valor do leite cru acumula alta real de 6,7% no início de 2023

 

 

Segundo indicam pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o valor do leite cru acumula alta real de 6,7% no primeiro bimestre de 2023. Os números foram publicados nesta semana.
A pesquisa indica que preço do leite cru captado por laticínios em fevereiro chegou a R$ 2,7276/litro na “Média Brasil” líquida, altas de 1,6% frente a janeiro/23 e de 16,9% em relação a fevereiro do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de fevereiro/23).

Esse aumento impacta diretamente o consumidor que sente o aumento nas gondolas dos supermercados, tanto no leite para consumo quanto nos itens derivados.

Segundo pesquisadores, o aumento das cotações ao produtor está relacionado à oferta limitada no campo. O Índice de Captação Leiteira do Cepea (ICAP-L) recuou 1,8% de janeiro para fevereiro na “Média Brasil”.

“Vale lembrar que este movimento de valorização do leite nesta época é algo atípico para o setor, já que, historicamente, o que se observa no início do ano é incremento sazonal da produção e consequente enfraquecimento dos preços. Mas, nesse primeiro bimestre, a produção foi prejudicada pelo clima adverso, resultado do fenômeno La Niña”, explica o Cepea.

Com oferta limitada no campo, a média mensal do leite spot em Minas Gerais registou aumento de 8,3% de janeiro para fevereiro, chegando a R$ 3,05/litro, segundo pesquisa. As médias mensais do UHT, da muçarela e do leite em pó comercializados no atacado paulista também subiram de janeiro para fevereiro, 9,8%, 4,5% e 1%, respectivamente. “Porém, é importante observar que a valorização no spot e dos derivados se deu na primeira quinzena do mês, quando as indústrias ainda conseguiram realizar o repasse da alta do campo para os canais de distribuição. A partir da segunda quinzena de fevereiro, contudo, o mercado desaqueceu, os estoques aumentaram e os preços cederam”.

 

RECUO DO CONSUMO

Dois fatores pressionaram as cotações do spot e dos derivados ao final de fevereiro e início de março: o recuo do consumo, fragilizado pelo menor poder de compra do brasileiro; e o crescimento das importações. Dados da Secex mostram que o volume de lácteos importados permaneceu praticamente estável em fevereiro, somando 156,5 milhões de litros em equivalente leite. Porém, essa quantidade é mais que o dobro da registrada no mesmo período de 2022.

Agentes do setor acreditam que, apesar do recuo nas vendas do spot e dos derivados entre a segunda quinzena de fevereiro e a primeira quinzena de março, os preços no campo podem seguir firmes, fundamentados na captação, que deve continuar limitada. (Com informações Cepea/Esalq)

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