Foto de capa da notícia

Pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna no país

 

Doença está relacionada ao aumento da pressão arterial e pode se manifestar a partir da vigésima semana

 

O dia 22 de maio, data que ocorreu nesta semana, é utilizado mundialmente para sensibilização sobre os impactos da pré-eclâmpsia, uma doença que atinge as gestantes a partir da vigésima semana de gestação e pode gerar complicações a longo prazo.

No mundo, é a segunda causa de morte materna, e, no Brasil, é a principal, atingindo 7% das gestantes, segundo a professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e uma das responsáveis pelo ambulatório de pré-natal especializado do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism/Unicamp) Maria Laura Costa do Nascimento.

De acordo com o Jornal da Unicamp, no ambulatório, as gestantes que possuem histórico de pressão alta, obesidade ou diabetes são acompanhadas e orientadas. Entre as encaminhadas ao ambulatório, 44% apresentam a pré-eclâmpsia e são internadas para tratamento e tomada de decisão do melhor momento de realizar o parto, o que tem evitado mortes e complicações para mãe e bebê.

“Ela é caracterizada por pressão alta e perda de proteína na urina, mas pode ter algum outro sinal de gravidade. Ela pode ter o acometimento do fígado, do rim, do cérebro placenta e o bebê fica menor. Uma doença que vai muito além da pressão alta e quando ela tem convulsão é classificada como eclampsia”, narra a especialista.

De acordo com a Rede Brasileira sobre Hipertensão na Gravidez, correm maior risco as gestantes que já tiveram pré-eclâmpsia e as que apresentam hipertensão arterial crônica, obesidade, diabetes tipo 1 ou 2, doença renal, doenças autoimunes, como o lúpus, mulheres que possuem reprodução assistida e com gestação múltipla.

A lista inclui ainda mulheres com 35 anos ou mais, as que tiveram problemas na gravidez como parto prematuro, que estão na primeira gestação, quando mãe ou irmã já tiveram a doença ou gestações com intervalo maior de dez anos.

“Para evitar, precisamos garantir um atendimento de qualidade em todas as fases. O ideal é que as gestantes possam programar a gestação e também manter sempre hábitos saudáveis com o controle do ganho de peso, da dieta, e atividade física regular”. Sem diagnóstico precoce e tratamento, a doença pode ser muito grave

ALERTA

No Brasil, 320 gestantes morrem por ano devido a complicações relacionadas à hipertensão e pré-eclâmpsia, segundo boletim do Ministério da Saúde. “As mortes acontecem mesmo nas mulheres que não convulsionaram”, cita.

Os sintomas de alerta e que precisam de atenção, segundo a especialista, são: medida alterada de pressão arterial, aumento de peso, ou se a gestante já demonstrar sinal de gravidade como dor de cabeça intensa, dor abdominal, vômito e falta de ar.

A doença também apresenta riscos ao bebê quando não tratada adequadamente. “É uma das principais causas da prematuridade”. A placenta, explica ela, é o órgão principal da gravidez e garante a nutrição do bebê, quando ele é afetado não consegue desempenhar sua função adequadamente. Então, o bebê fica menor e tem um comprometimento do fluxo de sangue.

“Através de exames do ultrassom, a gente consegue acompanhar e ver o tamanho e crescimento do bebê para avaliar se o bebe está sofrendo ou não e isso nos ajuda a definir o melhor momento do parto”, conclui. (Com informações do Jornal da Unicamp)

 

Foto Antonio Scarpinetti (SEC/Unicamp)
Maria Laura Costa do Nascimento explica cuidados necessários para prevenção

Comentários

Compartilhe esta notícia

Faça login para participar dos comentários

Fazer Login