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Presidente do Ciesp analisa com otimismo moderado prévia do PIB do Banco Central

‘Sustentabilidade do crescimento econômico depende de reformas estruturais, calibragem dos juros e câmbio e nova política industrial’

Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), ressalta ter sido importante a expansão de 3,2% em fevereiro, ante janeiro, do Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, a chamada prévia do PIB, divulgado na manhã desta sexta-feira (28/04). Para ele, porém, embora tenha sido o melhor resultado em 33 meses, desde junho de 2020, “o avanço deve ser analisado com otimismo moderado, pois ainda faltam fundamentos ao País para promover o crescimento sustentado”.


O dirigente classista pondera que o Brasil precisa adotar estratégias eficazes para o fomento econômico. Dentre elas, as reformas estruturais – tributária e administrativa –, imprescindíveis para corrigir o excesso de impostos e torná-los isonômicos entre todos os setores, bem como para reduzir o peso do Estado e ampliar sua eficiência e produtividade. Outro fator importante é a calibragem dos juros. “Hoje, com as maiores taxas reais do mundo, há uma inibição dos financiamentos e crédito para o consumo, com óbvio impacto no nível de atividade”.


Cervone enfatiza que o Brasil precisa crescer cerca de 4% ao ano para a recuperação do mercado de trabalho e ascender ao patamar de renda alta. “No entanto, só conseguiram isso as nações que elevaram a participação da indústria no PIB acima de 20%, ante os atuais 11,3% registrados hoje no País. O setor é grande gerador de postos de trabalho, é o que paga os salários mais altos, mais investe em pesquisa e aporte tecnológico e fabrica produtos de alto valor agregado”, frisa.


Por isso, um dos fundamentos necessários ao crescimento sustentado é, conforme têm preconizado o CIESP e a FIESP, uma política industrial, com planejamento e previsibilidade, baseada em P&D e que inclua linhas especiais de crédito, incentivos à produção conforme vocações regionais e mercadológicas e regime tributário incentivador aos investimentos voltados à inovação, incluindo os bens de capital. Neste sentido, foi positiva a aprovação ontem (27/04)), pela Câmara dos Deputados, da Medida Provisória 1.147/2023, que substitui a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pela Taxa Referencial (TR) nos empréstimos do BNDES às empresas para inovação e digitalização
“Sem reformas estruturais, calibragem adequada dos juros e do câmbio e ampliação da competitividade da indústria, não conseguiremos manter um círculo virtuoso de expansão do PIB. Seguiremos dependentes de oscilações conjunturais, bem como mais expostos aos riscos e incertezas cada vez mais presentes na economia global”, conclui Cervone.

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