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Taxação de parcelas no cartão: entidades se posicionam contra

 

Acil, Fecomercio e Sebrae emitem posicionamento contrário à medida estudada pelo Banco Central

 

O parcelamento sem juros no cartão de crédito está sendo alvo de discussões nos últimos dias. Em audiência no Senado, na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sugeriu uma taxação para conter a compra desenfreada no crédito em uma quantidade muito grande de parcelas. Entidades como o Sebrae, Fecomercio e a Acil, em Limeira, já se posicionaram contra essa medida.

Segundo o Sebrae, a medida não tem o apoio do governo federal, que defende uma nova saída para as altas taxas de juros do rotativo. Posição semelhante é adotada pelo Sebrae, que aponta que o alto valor cobrado nos juros do rotativo pode prejudicar o funcionamento das empresas e impedir o consumo das famílias.

Em Limeira, a Associação Comercial e Industrial de Limeira (Acil) também é contrária à taxação. De acordo com o presidente José Mario Bozza Gazzetta, colocar mais taxas não é uma forma de resolver o problema e, ainda, irá prejudicar consumidores e comerciantes.
“Precisamos lembrar que as operadoras dos cartões de crédito já recebem pelo serviço prestado. Caso sejam criadas novas taxas, isso prejudicará muito os consumidores que têm, nesse parcelamento, um meio de adquirir bens necessários. Além disso, será prejudicial aos empresários. Portanto, somos contra à essa taxação”, citou.

Outro modelo sugerido pelos bancos condiciona o parcelamento sem juros ao tipo de bem de consumo – durável, semi ou não durável. Assim, um eletrodoméstico poderia ser vendido em um maior número de parcelas sem juros do que uma roupa, por exemplo.

O presidente do Sebrae, Décio Lima, lembra que o acesso a crédito no Brasil é ainda um dos grandes entraves que impedem o desenvolvimento econômico e social do país de forma mais vigorosa e sustentável, tanto para as empresas quanto para as famílias.

“Estamos atentos e apoiamos as iniciativas dos Poderes Executivo e Legislativo em relação aos exorbitantes juros cobrados no crédito rotativo e esperamos que sejam mais transparentes e, obviamente, que a discussão não prejudique o funcionamento das empresas e impeça o consumo das famílias”, argumentou Lima. “É preciso corrigir o problema dos juros, mas, ao mesmo tempo, não criar outros".

 

FEDERAÇÃO

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) também é contrária ao fim do parcelamento sem juros. De acordo com a Entidade — que lidera empresas do comércio, serviços e turismo no Estado de São Paulo —, a medida não serve como antídoto para o problema e pode prejudicar milhares de negócios, em especial os micro e pequenos.
A preocupação da FecomercioSP é que o limite, ou o impedimento, da utilização do parcelamento sem juros cause reverberações adversas na economia. “O crédito, aliado ao emprego e à renda, é um dos pilares essenciais na determinação dos padrões de consumo da população. A Entidade ainda lembra que o instrumento desempenha papel imprescindível no desempenho econômico do varejo nacional, atuando como um propulsor das inclusões financeira e social. Além disso, a medida poderia comprometer, ao invés de melhorar, a saúde financeira dos consumidores, exacerbando a inadimplência”, citou.
Segundo a Federação, a concepção de que os exorbitantes juros do rotativo se devem ao parcelamento sem juros carece de precisão analítica. “O dilema reside, pelo contrário, nas taxas astronômicas associadas ao instrumento. Essa análise se torna ainda mais evidente quando se nota a envergadura financeira que o mercado emissor de cartões de crédito representa”.
 

Foto Marcello Casal/ Agência Brasil
Entidades ligadas ao comércio se posicionamento contrárias à taxação de parcelas

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