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Asma não tratada corretamente pode levar o paciente a óbito

Asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns, juntamente com a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica. As principais características dessa doença pulmonar são dificuldade de respirar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram à noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e a mudanças climáticas.

 

Este ano, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo alertou para o aumento no número de atendimentos realizados em decorrência de asma em todo o estado. Somente no primeiro trimestre, as internações causadas pela doença aumentaram em 50,7% e os atendimentos ambulatoriais, 20,3%. Em 2022 também houve aumento expressivo no número de procedimentos relacionados à asma em relação a 2021.

 

Foram registradas 4.416 internações e 15.910 atendimentos ambulatoriais no Estado de São Paulo, um crescimento expressivo em relação às 2.929 internações e 13.216 atendimentos realizados no mesmo período em 2022, números superiores aos registrados nos primeiros três meses dos últimos 5 anos. No primeiro trimestre do ano passado, em relação ao mesmo período de 2021, já havia sido registrado um aumento de 90,8% nas internações (foram 1.452 em 2021) e 101,7% nos atendimentos ambulatoriais (6.926 em 2021). No total, os números de 2022 também superaram os de 2021, mas em menor proporção. Foram 15.533 internações, comparadas a 11.551 em 2021, um aumento de 34,4%, e 60.804 atendimentos ambulatoriais, sendo que houve 40.974 desses atendimentos em 2021, representando 48,3% de aumento.

 

Vários fatores ambientais e genéticos podem gerar ou agravar a asma. Entre os aspectos ambientais estão a exposição à poeira e barata, aos ácaros e fungos, às variações climáticas e infecções virais (especialmente o vírus sincicial respiratório e rinovírus, principais agentes causadores de pneumonia e resfriado, respectivamente). Para os fatores genéticos - característicos da própria pessoa -, destacam-se o histórico familiar de asma ou rinite e obesidade, tendo em vista que pessoas com sobrepeso têm mais facilidade de desencadear processos inflamatórios, como a asma.

 

A asma não tem cura, mas com o tratamento adequado os sintomas podem melhorar e até mesmo desaparecer ao longo do tempo. Por isso é fundamental fazer acompanhamento médico correto e constante, a maioria das pessoas com asma pode levar uma vida absolutamente normal. 

 

O diagnóstico da asma é principalmente clínico, obtido após consulta e avaliação pelo médico, mas também é confirmado pelo exame físico e pelos exames de função pulmonar (espirometria). Sempre que possível, o médico solicitará a prova de função pulmonar para confirmar o diagnóstico e classificar a gravidade de cada caso. Em crianças de até os cinco anos, o diagnóstico é somente clínico, tendo em vista a dificuldade de realizar outros exames funcionais e complementares.

 

Na consulta, o médico vai perguntar, entre outras coisas, se a pessoa tem ou teve episódios recorrentes de falta de ar e chiado no peito; se já usou broncodilatador oral ou inalatório para aliviar os sintomas; se há episódios de tosse persistente, principalmente à noite e no início da manhã; se acorda com frequência à noite por causa de falta de ar ou acessos de tosse; se nota algum dos sintomas após exposição a mofo, poeira, animais, fumaça de cigarro, perfumes ou após resfriados, riso e choro; e se alguém da família tem ou teve asma, alergias ou outros problemas respiratórios. 

 

Quando diagnosticada corretamente, a doença requer disciplina no tratamento, segundo João Carlos Rodrigues de Almeida, médico pneumologista da Hapvida NotreDame Intermédica. Isso porque reações podem surgir, por exemplo, em dias com seco. A estimativa é que um em cada quatro brasileiros tenha os sintomas da doença, e parte deles desconhece esse quadro. Os dados são do Ministério da Saúde.

 

Confira a entrevista:

 

O que é a asma e as principais causas?

É uma doença inflamatória dos brônquios. Na asma, os brônquios ficam hipersensíveis e reagem estreitando seu calibre, denominado broncoespasmo, a estímulos como variações climáticas, poluição do ar, como a fumaça de cigarro, e infecções, entre outros.

Este espasmo pode ser tão intenso que a pessoa mal consegue respirar, podendo ser fatal. Estima-se que morram diariamente cerca de 5 pessoas por asma no Brasil.

 

Quando a doença se manifesta?

A asma pode se desenvolver em qualquer idade, mas é mais comum que os sintomas se manifestem durante a infância. No entanto, também é possível desenvolver asma na idade adulta, mesmo que a pessoa nunca tenha tido sintomas antes.

 

Qual a relação entre a asma e a alergia?

Nos asmáticos com alergia, o contato com o provocador da alergia pode desencadear uma crise de asma. Por exemplo, um asmático vai à praia e fica em uma acomodação com mofo ou empoeirada, é provável que tenha uma crise. Até mesmo o ar frio e seco, comum no inverno, pode ser gatilho para uma crise.

É importante saber que a asma não resulta de baixa imunidade; na verdade, o asmático tem uma hiper reação do organismo a um fator desencadeante presente no ar.

 

Quem tem asma pode praticar atividades físicas?

A asma não deve ser um empecilho para a prática de atividade física. Embora possa ser um desafio para alguns atletas, muitos indivíduos asmáticos conseguem praticar esportes olímpicos e alcançar sucesso. Alguns exemplos incluem o nadador norte-americano Michael Phelps, o velocista britânico Mo Farah e a jogadora de tênis australiana Belinda Bencic.

 

Quais as diferenças entre bronquite e asma?

A asma e a bronquite são duas condições respiratórias diferentes, embora alguns sintomas sejam semelhantes. A asma é geralmente causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, como alergias, exposição a substâncias irritantes ou infecções respiratórias. Já a bronquite crônica está frequentemente associada ao tabagismo e à exposição a substâncias irritantes respiratórias, como poluição do ar ou poeira.

 

É preciso ter cuidado mesmo quando não há crise?

Por ser uma doença inflamatória crônica, potencialmente grave, a asma exige tratamento contínuo, mesmo fora das crises, como forma de diminuir a hipersensibilidade dos brônquios. Infelizmente, grande parte dos asmáticos não faz o tratamento regularmente e daí resultam os casos g

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