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Bariátrica: apenas 0,2% da população recebeu tratamento

Aproximadamente 0,2% dos brasileiros com obesidade grave (graus 2 e 3) conseguiram realizar a cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no ano de 2023. Ao todo, segundo Datasus, foram feitas 7.511 cirurgias em todo o país.

  

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Antônio Carlos Valezi, o volume de cirurgias realizadas no ano passado pelo SUS é 40,2% menor, se comparado a 2019 (antes da pandemia), quando foram feitas 12.568 cirurgias pelo SUS.

 

"O número total de cirurgias realizadas pelo SUS é de apenas 0,2% do total de pessoas que precisam deste tratamento. Enquanto isso, estamos vendo o sistema público recebendo a cada dia novos casos de pacientes com diabetes - incluindo a necessidade de amputação de membros em consequência da doença-, hipertensão, gordura no fígado, problemas nas articulações e outros ocasionados pela obesidade", reitera o presidente da Sociedade Brasileira de CIrurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Antônio Carlos Valezi.

   

A cirurgia bariátrica é um dos principais tratamentos para a obesidade severa ou mórbida e pode ser realizada por meio de diferentes técnicas cirúrgicas, sendo o bypass gástrico e a gastrectomia vertical as mais utilizadas. Afastada pelo SUS há mais de cinco anos, Marina Ferreira Santos, teve câncer. Após a quimioterapia e com o uso de corticóides ganhou muito peso, além de uma osteonecrose nos dois quadris. Com 1,58 metros, ela pesa 134 quilos e aguarda na fila da bariátrica desde 2019.

 

Após a indicação dos hematologistas para a perda de peso, já que câncer e obesidade também são doenças que caminham juntas, ela está pronta para operar. "Sinto muitas dores no quadril para andar e me locomover. Apenas a cirurgia poderá me ajudar, tendo em vista que para fazer a prótese de quadril e parar de sentir dor, preciso perder peso primeiro", conta Marina. "Os remédios já não fazem mais efeito e preciso voltar a ter qualidade de vida, depois de tanto sofrimento", reforça.

 

Os critérios previstos nas portarias 424 e 425 do Ministério da Saúde para realização da cirurgia bariátrica pelo SUS são Índice de Massa Corporal (IMC) de 40 Kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos. As portarias também permitem a indicação para cirurgia bariátrica de pacientes com IMC > 35 kg/m2 e comorbidades com alto risco cardiovascular, diabetes e/ou hipertensão arterial de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas ou outras que não tenham tido sucesso no tratamento clínico.

  

A cirurgia bariátrica tem como principal objetivo ajudar o paciente a emagrecer, mas também traz outros benefícios como a melhora das comorbidades como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia, além da melhora da qualidade de vida. "O paciente precisa seguir um programa multidisciplinar de acompanhamento, que envolve mudanças na alimentação, prática de exercícios físicos e cuidados com a saúde mental", completa Valezi.

 

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