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Mulheres lideram desenvolvimento de vacina contra a dengue

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Conheça três profissionais que lideram ações importantes contra o mosquito Aedes aegypti

A luta contra a dengue tem o protagonismo das mulheres no estado de São Paulo. Seja nas ações de vigilância ou no desenvolvimento de vacinas, são elas que lideram o combate à doença. Nas mãos da bióloga Neuza Frazatti, está o comando dos estudos para o primeiro imunizante brasileiro contra a dengue. Ela se dedica ao projeto desde 2010 no Instituto Butantan e teve seu trabalho como cientista reconhecido internacionalmente.

Na outra ponta da luta contra o mosquito, mapeando resultados de testes de pessoas infectadas, a liderança é da diretora geral do Instituto Adolfo Lutz, Adriana Bugno. A equipe comandada por ela rastreia os casos de dengue no estado e joga luz para a ação precisa de enfrentamento da dengue.O destaque do trabalho nas ruas é a cabo Suellen Araújo. Com seu olhar atento, ela realiza ações pela Defesa Civil em busca de focos do mosquito nas casas.

VACINA DO BUTANTAN

Antes de encabeçar o desenvolvimento da vacina contra a dengue, a doutora Neuza já era pioneira na área. No início de sua carreira, ficou incomodada com o uso de quase 9 mil camundongos por semana para a testagem e produção de uma vacina contra raiva. A bióloga propôs então um novo modelo de produção de vacinas e de antígenos virais, sem o uso de animais.

O trabalho da bióloga com imunizantes tem o reconhecimento internacional. Além da vacina contra raiva, a tecnologia livre de proteína animal serviu também para o imunizante da dengue. “Os sintomas da dengue são muito ruins. Pensar que você pode tirar isso de uma pessoa, que você pode salvar uma vida, é apaixonante”, afirma.

Com previsão para começar a circular em 2025, a vacina desenvolvida no Instituto Butantan, com uma única dose, vai ajudar no combate à dengue no longo prazo, atuando principalmente no controle de casos da doença. Por isso, especialistas reforçam medidas imediatas para prevenir a proliferação do mosquito da dengue.

NOS LABORATÓRIOS

Graduada em ciências farmacêuticas pela Universidade de São Paulo (USP), Adriana Bugno está à frente da diretoria geral do Instituto Adolfo Lutz desde 2021. Maior laboratório de saúde pública do Brasil, o Adolfo Lutz monitora o agravo da dengue e contribui com ações laboratoriais de vigilância.

A famacêutica coordena o trabalho das 12 unidades regionais que recebem amostras. “O meu papel aqui é trabalhar para que isso aconteça”, diz.Para Adriana, além do trabalho especializado, as mulheres oferecem um olhar mais cuidadoso na luta contra a dengue: “De fato, acho que não é uma questão sexista, mas esse cuidado está muito mais relacionado à mulher do que à população em geral.”

O COMBATE AO MOSQUITO

O monitoramento da dengue também é realizado fora dos laboratórios. Policial militar há sete anos, a cabo Suellen Araújo percorre os municípios do estado com maiores taxas de dengue. Sua missão é desmobilizar focos do mosquito e conscientizar a população.“O acolhimento é diferente quando é uma mulher que vai visitar uma casa”, relata. Além disso, a cabo Suellen é pilota de drone. Com o equipamento, ela consegue mapear regiões de maior risco para a proliferação do mosquito e, assim, evitar novos casos da doença.

Há um ano na Defesa Civil do estado, ela considera este o melhor momento de sua carreira: “O meu trabalho está influenciando diretamente a população. Essa aproximação com a comunidade é a melhor coisa”. Ela também participou da mobilização do estado durante o desastre em São Sebastião, no litoral norte, em fevereiro de 2023.


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