No contexto do Dia Internacional da Mulher, as vereadoras de Limeira, representando uma parcela significativa na Câmara Municipal, compartilharam suas perspectivas sobre a importância da representatividade feminina na política e os desafios que as mulheres ainda enfrentam na sociedade contemporânea. Para elas, o compromisso com a representatividade e a promoção de políticas que atendam às necessidades das mulheres deve inspirar futuras gerações a se envolverem ativamente na vida pública e política de Limeira.

Constância Félix ressaltou a pressão enfrentada pelas mulheres em diversos aspectos, desde padrões de corpo até expectativas sociais. “A mulher é bem mais vista e respeitada hoje. Mas ainda é pressionada sobre ter filhos, ter um corpo padrão e ser a melhor amante do mundo. E é cobrada mais que os homens em todas as situações, veja como é vista a mulher e o homem no trânsito. De minha parte, defendo a vacinação das meninas contra o câncer no cólon do útero, o incentivo às adolescentes e jovens a conhecer e participar da política e da sua cidade”, disse.

Terezinha da Santa Casa destacou a relevância da presença feminina na política para a construção de políticas públicas justas e igualitárias. Ela enfatizou a baixa representatividade histórica das mulheres na política limeirense.“É de extrema importância a representatividade da mulher na política para a democracia e construção de políticas públicas mais justas e igualitárias. Alguns avanços já foram conquistados como o direito ao voto e o de serem eleitas, mas ainda se nota uma baixa representatividade feminina na política. Limeira teve uma única mulher que exerceu o cargo de prefeita. Isso há 90 anos! O que significa que a representação parlamentar da mulher tem de ser discutida para que outras mulheres ocupem cargos em todas as esferas do poder. Tenho trabalhado políticas públicas que considerem as questões da mulher, não apenas na política, mas também na saúde e no mundo do empreendedorismo. Mulheres que há anos estão à frente das famílias, zelando pela educação, cuidados do lar, finanças e que também se destacam como donas de seus negócios”.

A vereadora Lu Bogo, em seu quarto mandato, valorizou a presença de mulheres fortes na Câmara Municipal. Ela incentiva outras mulheres a ingressarem na vida pública, trabalhando em pautas de inclusão e prevenção à violência doméstica. “Limeira é uma cidade privilegiada. Há alguns anos temos em nossa Câmara a presença de mulheres fortes, que não fogem do debate. Tive a oportunidade de conviver por exemplo com Elza Tank, uma referência na política de nossa cidade. E com quem muito aprendi.Estou em meu quarto mandato e hoje o meu trabalho também influencia outras pessoas a ingressar na vida pública. Sou uma pessoa que gosta da conversa olho no olho e assim vou fortalecendo laços e abrindo as portas para mais mulheres. O caminho é de persistência e procuro encorajar as mulheres a não desistirem de seus sonhos.Enquanto vereadora procuro trabalhar pautas tanto de inclusão da mulher como de prevenção a violência doméstica e contra as mulheres. As demandas são muitas e a mulher, ao contrário do que falam de ser o ‘sexo frágil’, é a força, o alicerce, o porto seguro de muitas famílias. As políticas públicas devem ser pensadas em somar, dar suporte e no dia a dia é o que buscamos fazer.A todas as mulheres, felicidades e muita gratidão por não desistirem de seus sonhos. Vocês são todas maravilhosas e poderosas.”

Mariana Calsa enfatizou a importância da representatividade feminina na política, destacando que, apesar de serem a maioria da população, as mulheres ainda são minoria nas posições eleitas no Brasil. “Ter mulheres nos espaços de tomada de decisão é muito importante para a representatividade feminina na política. Apesar de sermos a maioria da população, hoje somos apenas 18% das eleitas no Brasil, e esse cenário precisa mudar. Nós temos um olhar diferenciado para as questões que nos afetam diariamente, e só com mais mulheres na política institucional, conseguiremos aumentar as políticas públicas para auxiliar nesses problemas. É primordial que as mulheres, principalmente as mais jovens, entendam que este é sim, um lugar que devemos ocupar. Ao longo desses 3 anos de mandato, criamos leis que impactam diretamente as mulheres, como a Lei das Doulas, que permite a entrada das profissionais em hospitais e maternidade, a Lei Maria da Penha nas Escolas, que visa conscientizar sobre a violência doméstica e a Lei da Dignidade Menstrual, que viabiliza a distribuição gratuita de absorventes à mulheres carentes, além de promover debates sobre a pobreza menstrual. Todas essas leis foram criadas em conjunto com diversas profissionais, para que compartilhassem suas visões e expectativas sobre os projetos. Além disso, criamos enquanto mandato e também por meio da Procuradoria Especial da Mulher, eventos que fomentaram reflexões sobre o papel da mulher na sociedade e na política, que foram importantes para estimular a participação delas nesses debates. Ser mulher na política e poder mudar a vida das pessoas através dela é, por si só, um ato de convite às mulheres para que elas ocupem este espaço”, disse. As vereadoras Tatiane Lopes e Isabelly Carvalho também foram procuradas pela reportagem, mas não se posicionaram até o fechamento desta edição.